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Calçada não convence parlamentares

Por Agencia Estado
Atualização:

O ex-presidente do Vasco, Antonio Soares Calçada, não conseguiu aliviar em seu depoimento nesta terça-feira na CPI as suspeitas de que ele e seu sucessor no cargo, o deputado federal Eurico Miranda (PPB-RJ), estão envolvidos num esquema de desvio de recursos do clube. Ele depôs por mais de quatro horas na CPI do Futebol, mas tudo o que conseguiu foi irritar os senadores com as suas contradições. Nem mesmo na parte do depoimento que transcorreu em sessão fechada, ele se dispôs a revelar o que sabe. Ao contrário, apresentou alegações tidas como "inaceitáveis" pelo relator Geraldo Althoff (PFL-SC). Calçado jurou que o Vasco não possui "caixa 2" e que não dispõe de contas bancárias no exterior. Nem mesmo as atas do clube especificando que existe, sim, uma contabilidade paralela, o levou a contar a verdade. Ele tentou, mas não conseguiu justificar os quatro depósito feitos por Eurico Miranda - no valor total de R$ 12,250 milhões - para uma conta do Liberal Bank, no paraíso fiscal das Bahamas. Calçado disse que o dinheiro serviria para pagar os passes do Guilherme, Donizete e Luizão. Geraldo Althoff rebateu a alegação, dizendo que possuía os registros dessas transações que nada tinham a ver com os depósitos de Eurico. Antonio Calçada apresentou na CPI uma versão nova para o depósito de R$ 2,030 milhões feito pela Vasco da Gama Licenciamento na conta do funcionário do clube Aremithas José de Lima. Segundo ele, o dinheiro serviria para ele custear as despesas com alimentação dos atletas amadores do clube e só foram feitos na conta de Lima porque as contas do Vascos no Bradesco e no HSBC estavam bloqueadas por ordem da Justiça. Althoff apresentou um fato novo nessa caso: ele mostrou que os cheques de Aremithas tinham a mesma assinatura utilizada nos cheques emitidos pela empresa Brasília Soccer, pertencente a Nilson Gonçalves. A CPI decidiu pedir a quebra do sigilo bancário e fiscal de Aremithas. O ex-presidente do Vasco tampouco soube explicar porque Eurico Miranda endossou o cheque de US$ 110 mil nominal ao Vasco. Ele disse desconhecer que os US$ 8 milhões aplicados na copra do passe de Edmundo, em 1997, não tinham sido registrados pelo Banco Central. Antonio Calçada também não soube explicar porque somente depois de um ano é que o conselho deliberativo do clube foi informado do contrato feito com a Vasco da Gama Licenciamento para exploração da imagem da clube.

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