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São Paulo e Corinthians usaram o calor como muleta para jogo tão fraco. Venceu quem, enfim, tentou

Clássico no Morumbi termina com vitória da equipe da casa por 2 a 1

Por Mauro Cezar Pereira
Atualização:

É evidente que a temperatura em torno dos 30 graus C no inverno, o sol do meio-dia, a maratona de jogos e as consequentes questões físicas dos atletas influenciaram no desenvolvimento da partida entre São Paulo e Corinthians, iniciada na manhã deste domingo e encerrada no começo da tarde no Morumbi. O gol que deu a vitória aos tricolores, nos acréscimos, foi a prova de que era possível fazer algo mais do que o fraco “espetáculo” apresentado até então.

Dos 22 jogadores que iniciaram o clássico, dez foram substituídos, ou seja, os treinadores trocaram mais de 45% dos atletas ao logo dos 90 minutos. Isso significa que havia, sim, gente menos desgastada, mais inteira, em melhores condições para, pelo menos, buscar algo, criar uma jogada, tentar o gol da vitória. E ele saiu justamente por intermédio de dois atletas que ingressaram na partida já no segundo tempo e buscaram algo mais.

Mauro Cezar Pereira é colunista doEstado. Foto: Hélvio Romero/Estadão

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Nos acréscimos da etapa final, Toró, que entrou no lugar de Luciano 18 minutos antes, aproveitou a marcação distante de Fágner ao receber a bola na ponta esquerda, e cruzou. Foi na medida para a cabeçada de Brenner, que substituíra Paulinho Bóia aos 13 minutos do segundo tempo, ou seja, estava no gramado há 34 minutos quando testou com firmeza a pelota que se chocou contra a trave alvinegra e entrou.

Em suma, havia jogadores desgastados, como Fágner, que sequer reduziu a distância para dificultar o cruzamento de Toró, e outros mais inteiros, como os que executaram o lance decisivo do Majestoso, dando a vitória ao São Paulo. Foi a prova de que em meio aos longos e modorrentos minutos na segunda metade do duelo, havia, sim, gente na cancha em condições de fazer mais do que disputar a posse longe do gol e não agredir o adversário.

O futebol esta sendo disputado em circunstâncias inusitadas, em momento no qual a humanidade lida há meses com uma pandemia. A bola voltou a rolar para que a indústria do esporte não pare, os clubes não quebrem e os salários de quem trabalha na área sigam sendo pagos. É óbvio que em tal cenário não há como esperar cotejos sempre intensos e disputadíssimos. Mas isso não pode se transformar em muleta para tudo o que levam a campo.

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Ao longo de São Paulo 2 x 1 Corinthians, o que se via até o lance decisivo eram dois times pouco empenhados em vencer, aparentemente satisfeitos com o empate, que só não era em 0 a 0 por causa das falhas dos goleiros Cássio e Tiago Volpi nos dois gols assinalados durante o primeiro tempo. Temos que entender que há limitações, mas isso não nos obriga a acatar candidamente propostas de equipes pouco, ou nada, empenhadas em vencer.

Se os arqueiros falharam no clássico dominical, a noite de sábado também teve goleiro errando. E decidindo contra seu time. Em geral seguro e bem regular, Weverton foi vilão do Palmeiras no empate diante do Bahia. Embora o jogo tenha sido fora de casa, sem a presença da torcida tal fator pesa menos e era de se esperar mais do campeão paulista, apesar de o time não sinalizar que vá progredir, sempre se apoiando nas individualidades.

Os palmeirenses chegaram a abrir o placar com Zé Rafael, após passe de Gustavo Scarpa em bola roubada no campo de ataque e jogada que teve a participação de Luís Adriano. Os três saíram do farto banco alviverde que fazia a diferença até o erro do goleiro, permitindo ao tricolor baiano igualar o placar. Segue sendo pouco, pobre o que faz em campo o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo. E o jogo foi à noite, nem a desculpa do calor sob sol forte havia.

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