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Câmara convida Grafite a debater o racismo

Por Agencia Estado
Atualização:

O atacante Grafite, do São Paulo, vai ser convidado pela Câmara dos Deputados a participar de uma sessão que debaterá o racismo nos campos de futebol. Para o deputado Luiz Alberto (PT-BA), negro, que coordena a Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial, o depoimento de Grafite pode ser importante para que os parlamentares possam fazer um projeto que ajude a acabar com o racismo. Grafite foi vítima do preconceito por parte do defensor Leandro Desábato, do Quilmes, em partida pela Copa Libertadores, na quarta-feira, no Morumbi. Desábato foi preso em flagrante por crime de injúria, agravado por manifestação racista. A frente parlamentar divulgou nota de apoio ao atleta sãopaulino. Num dia em que não votou nada, a Câmara se mobilizou por causa do episódio que envolveu Grafite e Desábato. O ex-presidente da Casa João Paulo Cunha (PT-SP), torcedor do São Paulo, elogiou a coragem de Grafite, que denunciou o jogador do Quilmes por racismo. "Este jogador teve a coragem de procurar a polícia e fazer mais uma denúncia de que havia sido vítima de racismo, que o jogador argentino o teria chamado de negrito, de macaco e teria dito a ele para enfiar uma banana, que segundo o delegado, não pode dizer o local". João Paulo lembrou que a legislação brasileira considera o racismo crime. "Peço aos deputados a solidariedade e apoio à polícia paulista. O que ela fez foi cumprir a lei, e a lei serve para todos os que estão no território brasileiro", disse o ex-presidente da Câmara. Ele pediu ainda ao Itamaraty que não trate o episódio como uma crise diplomática, mas como respeito às leis vigentes no País. João Paulo acha que a prisão de Desábato pode também servir de exemplo para o mundo. "Temos acompanhado jogadores brasileiros sendo vítimas de atos de racismo na Espanha, em Portugal, na Alemanha. Temos que fazer uma grande aliança, uma grande corrente contra o racismo, no Brasil e no mundo. O jogador argentino deva pagar de forma exemplar o crime de racismo que cometeu", disse João Paulo.

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