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Cambistas fazem a festa na Vila

Por Agencia Estado
Atualização:

Duas horas antes do início do jogo deste domingo à noite, entre Santos e Figueirense, era grande a procura de ingressos no paralelo por torcedores que chegavam de todos lugares para assistir à despedida de Robinho da Vila Belmiro. E os cambistas fizeram a festa. Alguns cambistas chegavam a pedir R$ 100 por uma entrada. Em pouco tempo, veio a reação: integrantes de uniformizadas tomaram ingressos dos cambistas, obrigando os infratores a agirem com mais cuidado. "Viemos num grupo de 25 pessoas de Águas de Lindóia. Resolvemos em cima da hora e acreditávamos que conseguiríamos ingressos. Chegando aqui, reunindo o dinheiro de todos, só deu para deu para oito entrar", lamentava Maria Alice, de 28 anos. "Acho essa promoção da Nestlé boa para o futebol, mas para outro tipo de jogo. Para a despedida de Robinho seria melhor se vendessem em postos em Santos e na Capital. Do jeito que foi feito, ficou bom para os cambistas", completou a torcedora. O grupo de Águas de Lindóia não foi exceção. Jorge Elói, 52 anos, saiu no final da manhã da Vila Buenos Aires, zona leste de São Paulo, na companhia de outros 11 torcedores, com a intenção de ver o último jogo de Robinho com a camisa do Santos na Vila Belmiro e ficou frustrado. "Um torcedor aqui da Baixada, meu conhecido, ficou de arrumar os ingressos. O encontro seria em frente ao portão principal mas ele não apareceu e não temos dinheiro para comprar entrada de cambista." A troca de ingresso por lata de achocolatado nos postos autorizados terminou na quarta-feira. Boa parte das entradas ficou nas mãos dos cambistas que nunca lucraram tanto. Ao contrário dos vendedores de camisas, bonés e toucas. "A pressão contra a gente tem sido grande. E o Santos que põe a fiscalização em cima dos vendedores para vender mais na sua loja", queixou-se Célio de Souza Braga, de 32 anos. Para driblar a fiscalização, Célio pediu autorização ao dono de uma casa da rua Princesa Isabel e colocou seu material nos varais no lado de dentro do portão. "Há mais de cinco anos venho da capital vender camisa aqui perto da Vila e não acho que a loja do Santos esteja sofrendo concorrência desleal. Lá, um short custa R$ 80 e você acha que um torcedor do morro tem condições para gastar tanto dinheiro? A camisa pirata custa só R$ 20", explica Célio. A despedida de Robinho da Vila Belmiro levou um grande número de famílias ao estádio, acompanhando crianças até de colo. Entre os adultos, apareceu até torcedor do exterior. "Tenho dupla nacionalidade - brasileira e italiana -, mas moro na Filadélfia, nos Estados Unidos. Vim só para ver a despedida do Robinho, que é um dos maiores jogadores que eu vi em campo", disse Victor Hugo, 24 anos. "Assisti à decisão do Brasileiro de 2002 e a final do ano passado, contra o Vasco da Gama, em São José do Rio Preto e por isso não queria perder por nada essa partida", afirmou o torcedor, que foi ciceroneado por um grupo de torcedores da Força Jovem. "Sou contra os protestos contra Robinho porque ele deu tudo para o Santos em três anos: títulos, gols, espetáculos e dinheiro, além de ajudar na formação de novos torcedores", disse Victor Hugo. "Ele tinha mesmo que vazar e ir ganhar mais dinheiro e ser reconhecido internacionalmente. Robinho merece", finalizou o torcedor.

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