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Campeão da Série A3 sai amanhã

Por Agencia Estado
Atualização:

Após mais de seis meses de competição - das 30 rodadas da fase de classificação, apenas seis ocorreram no meio de semana -, Oeste e Taquaritinga decidem neste domingo, em Itápolis, o título da Série A3 do Campeonato Paulista. A Rede Vida, a partir das 10 horas, transmite a partida, no estádio Ideonor Picardi Semeghine, o Picardão. Pelo regulamento, o campeão poderá ser conhecido pelo cartão amarelo. No primeiro jogo houve empate por 1 a 1, e o Taquaritinga leva a vantagem por ter recebido um cartão a menos que o adversário: dois contra três. Nos últimos anos, os dois times provaram em campo que merecem respeito. O Oeste mostra força desde 1997, quando foi campeão da quinta divisão. Em 1998, conquistou também o título da quarta. Em 1999, foi vice da terceira, atual A3, e obteve o acesso. Em 2000, após seis jogos, caiu da A2 por um gol, mas quase voltou a subir no mesmo ano. Em 2001, salvou-se do descenso na última rodada. Isso sem contar o título da terceira divisão em 1992. O Taquaritinga tem três títulos: segunda divisão de 1982 e 1992 e a terceira, de 1964. Mas o time oscilou entre sucessos e fracassos nos últimos anos. Em 1999, foi rebaixado para a quarta divisão, pois o Oeste, na última rodada, perdeu em casa para o Olímpia, resultado que prejudicava o Taquaritinga. Dirigentes alegaram complô, mas não adiantou. O Taquaritinga, porém, foi vice em 2000 e retornou à A3. Em 2001, outro fiasco. Foi penúltimo e disputaria a B1 neste ano. Mas a mudança de regulamento, em razão do Torneio Rio-São Paulo, o beneficiou. Neste domingo, ambos brigam pelo título. "Só penso nisso", disse o técnico do Taquaritinga, Danacir Maia, o Cilinho, de 38 anos, que pendurou as chuteiras durante a competição e aceitou o desafio de dirigir o time. E ele prefere não dar muita atenção à rivalidade entre as cidades, separadas por pouco mais de 30 quilômetros. "Somos profissionais", afirma o ex-meia do Santos nos anos 90. Túlio Tangioni Neto, que deixou o Nacional após cinco anos, transmite a sua experiência aos jogadores do Oeste e também luta pelo título, que conquistou em 2000 pelo time paulistano. Para isso, terá o apoio da fanática torcida de Itápolis. Seis divisões - Os campeonatos estaduais pelo Brasil estão esvaziando, mas o interior paulista, apesar de deficitário, mantém a rotina de jogos aos fins de semana em seis divisões. As duas principais - A2 e A3 - terminaram e a terceira, a A3, encerra-se neste domingo. Mas as Séries B1, B2 e B3 - quarta, quinta e sexta Divisões - vão se arrastar até o fim do ano, com alguns atrativos e a esperança de um dia chegar à elite estadual. Surgirá um novo São Caetano? Ou ressurgirá, por exemplo, o Jabaquara, de Santos, atualmente na sexta divisão (a mais distante em que já esteve)? Entre 1927 e 1963, o Jabaquara disputou 30 vezes a primeira divisão. Mas sobreviver no futebol do interior paulista, apesar da diversidade e da riqueza de sua economia, não é fácil. "Os campeonatos são altamente deficitários, sempre dão prejuízo e mal dá para pagar as taxas de arbitragem", diz Antonio Carlos Arruda de Paula Eduardo, um dos integrantes do grupo que administra o Taquaritinga desde a metade da A3 deste ano. O grupo destituiu a diretoria anterior e luta para quitar os débitos trabalhistas herdados (cerca de R$ 200 mil). A folha mensal de R$ 25 mil está em dia, graças ao apoio de patrocinadores locais. "É passar o chapéu, mesmo", afirma Eduardo. Em Itápolis, as empresas locais também ajudam o Oste (folha de R$ 25 mil) e a prefeitura fornece material esportivo. Qual a alternativa para mudar esse quadro de penúria? Investir na formação de jogadores, dizem os dirigentes de Taquaritinga e Oeste. "Os times do interior precisam voltar a ser formadores, e o Osasco é um exemplo disso", diz Eduardo. O Taquaritinga lançou vários novatos. O Oeste já fazia isso e não abusa nos gastos. Os maiores salários em Itápolis são o goleiro Márcio Pintinho e o meia Paulista: R$ 1.200,00. "Mantemos a linha, não entramos em leilão", afirma o presidente do Oeste, Mauro Guerra. E avisa: não contrata jogadores pedidos pelos treinadores. "Só pedem jogador caro, e não temos condições para isso." Por isso, orgulha-se em afirmar: o clube nada deve. Se não formar atletas, contratará os bons e baratos. Mauro Guerra considera importante ter as várias divisões no futebol paulista, mas diz ser favorável a uma regionalização: as rivalidades aumentariam, logicamente, mas os custos diminuiriam. Seria uma forma de os clubes endividados e decadentes - Noroeste, Comercial de Ribeirão Preto, XV de Jaú, Bragantino, Ferroviária de Araraquara, entre outros - ressurgirem das cinzas.

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