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(Viramundo) Esportes daqui e dali

Canelada olímpica

Concorrentes diretos na briga pelo título brasileiro são prejudicados por convocações

Por Antero Greco
Atualização:

Fernando Prass, Gabriel Jesus, Thiago Maia, Zeca, Gabigol, Luan têm algumas coisas em comum. São bons de bola, titulares de times que ocupam a parte de cima da classificação do Brasileiro e... fazem parte da lista de convocados para a seleção olímpica. Por causa do sonho do ouro no futebol, os dois primeiros desfalcarão o Palmeiras por muitas rodadas, assim como os três santistas e o atacante do Grêmio serão baixas na hora em que a competição nacional pega fogo.

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A CBF desferiu no trio de concorrentes ao título da Série A uma bem dada canelada olímpica – e todos aceitaram de cabeça baixa, ao contrário de europeus, que negociaram liberação de atletas ou se negaram a atender ao apelo da pátria de chuteiras. O grupo fica, a partir de agora, à disposição de Rogério Micale, técnico de equipe que se reúne pela primeira vez menos de 20 dias antes dos Jogos.

O problema não está na requisição dos rapazes; a experiência lhes será interessante e lucrativa, mesmo que seja lorota a conversa de "projeto olímpico". A inconveniência se manifesta no fato de o campeonato não parar. Ao contrário, continuará como se nada de extraordinário estivesse a ocorrer no período. E os clubes se omitem.

Líder que marca. Prass e Gabriel Jesus foram de novo importantes para o Palmeiras, que chegou à 10.ª vitória em 15 apresentações. O goleiro esbanjou segurança, nas raras investidas do Inter, no clássico de ontem à tarde, em Porto Alegre, e o atacante infernizou a zaga rival. Gabriel criou chances – e as perdeu, para variar –, chamou faltas, abriu espaços e até recuou para defender. Houve momento, na etapa final, em que concedeu três escanteios, tão concentrado estava em fechar espaço.

O Palmeiras soube equilibrar, no Beira-Rio, o ímpeto ofensivo e a cautela ao ser pressionado. Ao mesmo tempo em que buscou o gol, sobretudo em contragolpes, teve estratégia e inteligência para domar e anular o Inter. A turma de Cuca não foi retranqueira; longe disso. Só no primeiro tempo, poderia ter saído com vantagem de dois ou três gols. Mas se mostrou solidária em toda ocasião em que era atacada.

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Um dos segredos para a quebra de tabu de 19 anos sem bater o Colorado em casa foi Thiago Santos. O moço se comportou como cão de guarda, se desdobrou e entortou o meio-campo gaúcho. Cuca ainda testou mudanças, como a entrada de Leandro no lugar de Roger e Rafael Marques na vaga de Erik. Não tirou Gabriel porque Cleiton Xavier sentiu dores e precisou ceder vaga para Dudu. Como tem elenco vasto, o treinador palestrino aposta na hipótese de sentir menos a ausência de peças-chave como Prass e Gabriel.

Já Falcão percebeu, no retorno ao banco do Inter, o tamanho do enrosco em que se meteu. O time acumula seis derrotas (cinco consecutivas) e um empate nos últimos sete jogos, despencou na tabela e não acha rumo. Mai suma vez no papel de fogo de palha.

Superação tricolor. O São Paulo tinha tudo para sair abatido do choque em Itaquera, após a desclassificação na Libertadores e a negociação de três jogadores. No entanto, comportou-se bem, dentro dos limites, segurou o Corinthians e botou um ponto a mais na algibeira. O 1 a 1 teve valor de vitória para tricolores.

O resultado vai na conta da dedicação são-paulina e nos erros alvinegros. Cristóvão Borges conseguiu equivocar-se nas três substituições: tirou o trio Rodriguinho, Giovanni Augusto e Marquinhos Gabriel para colocar Elias, Guilherme e Rildo. Se o Corinthians não ia bem com os que começaram, ficou mais capenga com os que entraram. A ponto de permitir que o adversário chegasse com perigo nos minutos finais.

O São Paulo se doou, e mereceu o prêmio do empate. Porém, haverá que melhorar muito, para brigar ao menos pelo G-4. (A propósito: quem vendeu a ideia de Centurión como craque?) O Corinthians deu sinais de que terá dificuldade para manter-se colado na liderança.

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