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Cansado, Muricy Ramalho já pensa em deixar o São Paulo

Treinador diz que 'ganha pouco e dá lucro' ao clube; Flamengo de portas abertas caso Muricy deixe o São Paulo

Por Martín Fernandez
Atualização:

Muricy Ramalho está cansado. Pela primeira vez desde que assumiu o São Paulo, em janeiro de 2006, admitiu que pode deixar o clube antes do final do contrato - que só termina em 2009. "Não sou de quebrar os compromissos que assumo, mas o futebol é muito dinâmico e um resultado pode mudar tudo rapidamente." Veja também:  Hernanes minimiza pressão uruguaia contra o São Paulo O técnico não agüenta mais as pressões internas por resultados. Não agüenta ver a própria cabeça sendo posta na guilhotina por gente do clube para o qual trabalha. "Eu ganho pouco e faço o clube ganhar dinheiro com os jogadores que revelo, mas ninguém quer mais saber disso." A saída de Muricy era dada como certa caso o São Paulo não chegasse às oitavas-de-final da Libertadores. Os nomes de Abel Braga e Paulo Autuori ecoavam pelo Morumbi já na terça-feira à noite, véspera do jogo decisivo contra o Nacional de Medellín e dia em que Juvenal Juvêncio foi reeleito. Por outro lado, o nome de Muricy também soava no Beira-Rio e na Gávea. Um dirigente do Internacional disse ao Estado: "O Abel [Braga] está garantido no cargo, mas se quiser sair,o Muricy é o primeiro de quem vamos atrás." O presidente do Flamengo, Márcio Braga, também rasgou elogios ao comandante tricolor. "Ótimo técnico, top de linha, vencedor, tem a cara do Flamengo e desde já o aval da presidência." Nesta sexta, questionado sobre o interesse do clube carioca, Muricy não escondeu a vaidade: "Fico muito contente de ter meu nome lembrado. O Flamengo é um dos maiores clubes do mundo e ser reconhecido é muito importante." O contrato entre Muricy e o São Paulo não tem multa rescisória, o que é citado pelo próprio treinador como um fator que pode facilitar sua saída. Oficialmente, os cardeais tricolores negam que Muricy vá deixar o cargo. Mas tudo pode mudar caso o São Paulo seja eliminado pelo Nacional-URU nas oitavas-de-final da Libertadores. O GÁS DA DISCÓRDIA Muricy não perdoou Luxemburgo pelas insinuações de que o gás no vestiário tricolor na semifinal do Paulista teria sido jogado por gente do próprio São Paulo. O técnico do Palmeiras deixou claro que não queria atacar o colega nem o elenco são-paulino, mas Muricy não quis conversa. "Não foi legal, não dá para consertar. Ele disse que foi gente do São Paulo e eu sou o técnico aqui. Então a crítica foi para mim." A irritação com Luxemburgo e o episódio do gás até fizeram Muricy passar a considerar propostas do exterior. "Até conversei com minha família sobre a possibilidade de ir embora. Gosto de trabalhar, de revelar jogador, mas aqui só se analisa o resultado, a emoção. Isso está chato. Cansa" Muricy já foi sondado para ser treinador da seleção mexicana. O zagueiro Rodrigo, do Flamengo, que já defendeu o São Paulo em 2004, está perto de voltar ao Morumbi. O jogador seria um dos dois reforços que podem ser inscritos na Libertadores até segunda-feira. Ele reclama que não está recebendo os direitos de imagem no clube carioca.

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