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Canto não abre mão de projetos sociais

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Por Agencia Estado
Atualização:

A medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Atenas para o judoca Flávio Canto, de 29 anos, representou mais do que uma "simples valorização profissional e pessoal". Recebido hoje pela manhã no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim por boa parte dos seus 600 alunos das favelas Cidade de Deus e Rocinha, onde desenvolve projeto social em parceria com a prefeitura do Rio, o atleta foi atencioso e assumiu o compromisso de continuar o trabalho nas regiões pobres do Rio. "Depois do término das Olimpíadas, quero fortalecer e canalizar meu trabalho para o Projeto Reação, com esses meninos carentes da Rocinha. O que eu recebo em troca é muito maior do que eu passo e ensino para eles", declarou Canto, que demonstrou ter ficado emocionado com a recepção. Em meio aos festejos, Canto exibia no peito a medalha olímpica conquistada em Atenas, mas desabafou que o maior prêmio que recebeu este ano foi a recuperação do seu pai, Luís Felipe Canto. No início do ano, Luís Felipe foi vítima de um enfarte e teve de pôr cinco pontes de safena. "A minha maior medalha é meu pai estar vivo", disse o atleta. O próximo desafio de Canto será o Campeonato Sul-Americano de Judô, em outubro, no Rio. O atleta destacou a importância do esporte, que desde a Olimpíada de 1984, em Los Angeles, vem marcando presença no quadro de medalhas do Brasil. Para Canto, a performance dos judocas brasileiros em Atenas não pode ser considerada ruim. A delegação foi composta por 12 atletas, mas apenas dois receberam medalhas olímpicas. Além de Canto, o atleta Leandro Guilheiro também conquistou uma medalha de bronze. Para efeito de comparação, Canto argumentou que a França investe cerca 2 milhões de euros por ano no judô e teve apenas uma competidora no pódio em Atenas. "Os brasileiros só sabem criticar. Pela primeira vez na história, todos os atletas do Brasil tinham condições de chegar entre os três primeiros colocados. Mas não deu. Tem de ter sorte também", desabafou Canto, que disputou sua terceira Olimpíada. Para homenageá-lo, uma coroa de flores foi colocada sobre a cabeça do judoca, para delírio dos fãs, no momento em que ele se preparava para tirar fotos junto aos pais. Para ele, foi o reconhecimento da conquista olímpica e do trabalho social que desenvolve no Rio.

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