Carille admite que arriscou pouco e promete mudança depois da Copa América

Técnico justificou que chegaram muitos jogadores na atual temporada e é preciso tempo para colocar o Corinthians para atacar

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Por João Prata
Atualização:

O técnico Fábio Carille fez nesta terça-feira uma análise da trajetória do Corinthians na atual temporada até a conquista do título do Campeonato Paulista. O treinador admitiu que o futebol foi abaixo do esperado e disse que o único jogo que arriscou mais foi contra o Avenida-RS pela Copa do Brasil, quando o time estava perdendo por 2 a 0 e virou para 4 a 2.

"Esse ano não arrisquei nenhum jogo ainda. Com a Ferroviária estávamos perdendo o jogo de 1 a 0, mas sabia que poderia reverter (o jogo de ida terminou 1 a 1). Não, na verdade teve um. Arrisquei um jogo pela Copa do Brasil contra o Avenida com Vagner Love, Gustavo e Boselli", disse o treinador para a Corinthians TV.

Carille, técnico do Corinthians. Foto: Alex Silva/ Estadão

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O motivo de ter sido sempre mais cauteloso vem pelas muitas mudanças no elenco na atual temporada. Carille destacou que 23 dos 41 jogadores do elenco nunca haviam trabalhado com a atual comissão técnica. 

"Tinha certeza de que seria um ano com mais dificuldade pela mudança grande de elenco e pouco tempo para trabalhar", disse. "E sem uma ideia de jogo formada, a gente olha muito mais o adversário do que o normal para adequar o jogo. Essa está seno a nossa busca", comentou.

MUDANÇA DE POSTURA

Carille espera agora utilizar a pausa das competições durante a Copa América para aprimorar o setor ofensivo, dar mais entrosamento aos jogadores e deixar o time mais solto dentro de campo - a competição entre seleções acontece entre os dias 14 de junho e 7 de julho. 

"Falta o time jogar sem olhar, sem pensar. Cada um saber que o Jadson recebe de um jeito, o Clayson de outro. Com os 41 jogadores do elenco entendendo isso vai facilitar. Em 2015 e 2017 eram times que jogavam sem pensar", comentou o treinador. "Esses detalhes vêm com treinos. Na parada para a Copa América vai ter muito espaço para trabalhar isso", prosseguiu.

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Com dez anos de Corinthians, o treinador sabe do projeto que existe no clube para manter a equipe no topo e que passa necessariamente por ter um grupo equilibrado. Carille chegou à equipe em 2009 para fazer parte da comissão técnica de Mano Menezes. O então auxiliar viu Ronaldo Fenômeno ser contratado, seguiu no clube com as trocas de treinadores, trabalhou com Tite, e foi efetivado no fim de 2016.

EQUILÍBRIO

Nesse período, destacou que o que faz do clube vencedor é o fato de um jogador ajudar o outro, de um ser coadjuvante para o outro ser destaque. "É histórico aqui. O que o Jorge Henrique fez em 2009 e 2010 para Ronaldo e Dentinho se destacarem não foi brincadeira. O Romero também fez muito para Jadson, Jô e Rodriguinho se destacarem recentemente. Nossa ideia é continuar buscando equilíbrio para dar liberdade para outros serem decisivos", disse. 

Para Carille, o bom futebol de Clayson apareceu justamente por que outros atletas contribuíram para isso. O que o Ramiro fez, o que o Pedrinho fez deram lá na reviravolta do Clayson", comentou.

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O treinador destacou que além dele Henrique e Danilo Avelar também aproveitaram o início do ano para dar a volta por cima. "O título é importante especialmente para o Avelar. Que vitória pessoal. Se não tivesse personalidade não estaria mais aqui no Corinthians. Foi o jogador mais regular. Foi nota seis o campeonato todo. Sempre mantendo a regularidade. A personalidade fez dar a reviravolta na carreira. 

AUTO-CRÍTICA

Sobre a oscilação do Corinthians no ano, o jogador disse concordar com parte das críticas que vê na imprensa e que todos no elenco têm consciência de que precisam melhorar. "Antes de ser criticado tem a nossa auto análise", disse. 

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O exemplo citado por ele foi a semifinal contra o Santos. "Classificamos para final e saí preocupado. Falei para os jogadores que jogamos muito pouco. Eles concordaram", disse.

"Sei que fui chamado de retranqueiro, mas quem acompanha o dia a dia viu que fiz tudo para marcar lá em cima, marcar no campo do Santos e não funcionou. Como o Sampaoli disse que no primeiro jogo que só o Corinthians jogou, no segundo tudo o que a gente planejou não colocou em prática e só teve um time, o Santos", reconheceu. "Mas mata-mata são dois jogos. A nossa solução de ter ido para final foi o primeiro jogo", emendou. 

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