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Cariocas só falam em reestruturação

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os quatro grandes clubes do Rio só têm motivos para esquecerem o ano de 2002: disputaram um Estadual desacreditado, desempenharam um papel inexpressivo nas competições nacionais e ainda amargaram o rebaixamento do Botafogo para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Para 2003, os dirigentes prometeram aos seus torcedores mais austeridade nas administrações e a adoção da política do ?time bom, bonito e barato?, para manter o equilíbrio nas contas. Dentre os quatro grandes, o Fluminense foi o único a dar um pouco mais de alegrias para sua torcida. Afinal, o time foi campeão de um conturbado Estadual, chegou à semifinal do Brasileiro e contratou o astro Romário. Mas, no ano de seu centenário, o clube teve sérios problemas com os atrasos nos pagamentos dos salários, o que não acontecia há cerca de dois anos. "Para evitar que esse problema volte a acontecer em 2003 vamos enxugar a folha de salarial, aproveitar os jogadores das divisões de base, somente contratar jogadores dentro de nossas condições", revelou o presidente do Fluminense, David Fischel. Uma das apostas financeira do Fluminense para o próximo ano é sua participação na Copa Sul-Americana, competição a ser criada pela Conmebol e que seria disputada no segunda semestre. Saneamento das finanças e reestruturação do clube é o que também prometeu o presidente do Flamengo, Hélio Ferraz, que assumiu em outubro após o impeachment de Edmundo Santos Silva. O dirigente tem como meta para 2003 a transformação do clube em empresa, a construção de um Centro de Treinamentos, além de uma reformulação em sua sede, na Gávea. Ciente da dívida de cerca de R$ 150 milhões, Hélio Ferraz não faz previsões otimistas com relação a contratações para o time. Até o momento, somente o atacante Lopes, ex-Palmeiras, teve seu passe adquirido. Sem dinheiro, a solução foi apelar para atletas de clubes pequenos como os goleiros Lugão, do Volta Redonda, e Wellington, do CFZ de Brasília, além do volante André Barroso, revelado no Atlético-GO. Já o Vasco começa 2003 com a perspectiva de um equilíbrio em suas finanças, depois de um acordo assinado com a TV Globo na semana passada, em que o clube voltou a receber dinheiro da emissora. Mesmo assim, a situação ainda não é das melhores e sua dívida está estimada em cerca de R$ 70 milhões. "O time está sendo montado dentro de nossa realidade financeira e o (técnico Antonio) Lopes aproveitará vários jogadores das divisões de base", afirmou o presidente do Vasco, Eurico Miranda. O único reforço contratado pelo clube até o momento foi o atacante Marques, ex-Atlético-MG. Rebaixado, as esperanças do Botafogo recaem sobre o presidente eleito Bebeto de Freitas, que assume o cargo na quinta-feira. Os torcedores acreditam que o novo dirigente vá arrumar o clube e reconduzi-lo à elite nacional. Afinal, ele prometeu formar parcerias para tornar o Alvinegro "viável". Depois de contratar o técnico Levir Culpi, Bebeto de Freitas está buscando pessoas com experiência de mercado para organizar uma administração "profissional" no Botafogo. Falar em reforços para o time é coisa proibida para o dirigente, que está sem condições financeiras para honrar suas dívidas. Somente depois de uma reestruturação no elenco é que ele vai tentar negociar a aquisição ou o aluguel do passe de algum jogador.

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