Publicidade

Carlos Alberto de chuteiras douradas

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Nada parece ser calmo na vida de Carlos Alberto. O jogador que roubou a festa na estréia de Tevez tem como ídolo na profissão Romário. Talvez por isso mesmo em menos de um mês de Corinthians já esteja no centro de tantas questões. A primeira é seu grande talento e suas chuteiras douradas que irá desfilar nesta quarta-feira no desgastado gramado do estádio Nhozinho Santos, aqui em São Luís, contra o Sampaio Corrêa. A segunda é o seu gênio esquentado. Ele odeia provocações no gramado e tem dificuldade em se controlar diante dos marcadores desleais. A terceira questão é uma grave denúncia. O meia de 20 anos surgiu na equipe do Grande Rio, que tem como um dos sócios o supervisor da CBF, Américo Faria. Na venda ao Fluminense, o clube teria direito a 30% de uma futura venda. O meia foi vendido por US$ 2 milhões (cerca de R$ 6 milhões) ao Porto. Menos de um ano depois, repassado por sete milhões de euros (cerca de R$ 23 milhões) à MSI. O Grande Rio que nada recebeu na saída para o Porto ganhou o direito a 30% da diferença no lucro das duas transações (R$ 17 milhões) ou seja, perto de R$ 5,1 milhões. Como Américo Faria tem direito a esse dinheiro, as convocações para as seleções de base que valorizaram demais o atleta passaram a ser questionadas. "Bem vindo ao futebol brasileiro. Mal cheguei e lá vem confusão. Mas não tenho nada para esconder", diz, provocativo, o novo ídolo corintiano. Agência Estado - Você foi o melhor do Corinthians contra o América. Vale sete milhões de euros. Estava há um mês no Porto jogando em estádios maravilhosos. Vai jogar contra o Sampaio Correa em um estádio acanhado, com fraco sistema de iluminação e com péssimo gramado... Carlos Alberto - Quando resolvi voltar ao Brasil sabia que iria enfrentar esses tipos de coisa. Aqui o jogador tem de se sujeitar a cada absurdo. Mas não me importa se o gramado estiver careca, sei que o Corinthians precisa atropelar o Sampaio Correa. E é isso que quero fazer. Sem frescura. Queremos ganhar por mais de dois gols e eliminar o jogo de volta. Não tem porque esconder isso. AE - Sendo direto também, você tomou cartão amarelo contra o América. Seu gênio não pode atrapalhar sua passagem no Corinthians? Não tenho medo de divididas. Se entrou forte em mim, vou entrar também. Não dou mole, mas não sou desleal. Não gosto de sacanagem comigo. Não admito ser agredido. Passo raiva, mas sei me controlar. AE - Só você e o Tevez não é muito pouco para fazer um novo Corinthians? Quando era novo, aprendi com o Romário que era o meu ídolo do Fluminense que estrela é do gramado para fora. Dentro do clube o caminho é ser humilde e formar laços de amizade que transforme o time em um grupo. O grupo é jovem, tem futebol, mas precisa de confiança. Nossa equipe é boa, dá para brigar por títulos. Mas se vier alguns reforços, ficará melhor ainda. AE - O que você tem a dizer sobre o fato do supervisor da CBF, Américo Faria, ganhar dinheiro em cima da sua venda ao Corinthians? Isso facilitou as suas convocações para as seleções de base? Vai ser a primeira vez que vou falar sobre isso. Não conheço e muito menos sou amigo do Américo Faria. Se é um dos donos do Grande Rio, o problema é dele. Sei que se eu não tivesse futebol não seria convocado nas seleções de base e muito menos não seria vendido ao Porto e ao Corinthians. Estou mostrando o meu futebol, que é de ótimo nível, não devo nada a ninguém. Como jogador, não tenho culpa de nada. Eu fiz e faço o meu dentro do gramado. Não admito que duvidem de mim. O resto, não me importa...

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.