Carlos Alberto, sucesso rápido no Porto

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Por Agencia Estado
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Carlos Alberto curte os dias de fama em Portugal. É um dos poucos jogadores brasileiros que, ao deixar o País neste ano, se destacaram lá fora. Não demorou muito para o jovem meia de 19 anos, revelado no Fluminense, arrumar um lugar no Porto e ser um dos destaques da equipe, que na quarta-feira decidirá a Liga dos Campeões contra o Monaco, em Gelsenkirchen, Alemanha. Ao contrário de jovens que foram para mercados menores e sumiram, como o atacante Kléber (ex-São Paulo, hoje na Ucrânia), Carlos Alberto, que tem contrato com o clube português até 2010, se deu bem. Agência Estado - Como foi a adaptação à Cidade do Porto? Carlos Alberto - Melhor impossível. No começo senti um pouco o frio, mas depois acostumei. A culinária também é ótima e não houve nenhum problema de adaptação. Conforme fui conhecendo as pessoas, as coisas também foram ficando mais fáceis. AE - A estrutura do Porto é melhor que a dos clubes brasileiros? Carlos Alberto - Não tem nem comparação. Quando vi a qualidade dos estádios e dos centros de treinamento fiquei maluco. AE - Como é o assédio da torcida? Carlos Alberto - A torcida apóia muito, mesmo quando o time perde. Não sei dizer ao certo como é a reação diante de uma crise porque ainda não passei por isso aqui. Desde que cheguei a Portugal, a equipe vive uma grande fase. Então, nas vezes que perdemos, os torcedores entenderam que nos esforçamos, mas não conseguimos o resultado esperado. Eles fazem sempre uma festa. AE - Já é visto como um ídolo? Carlos Alberto - Não sei se sou um ídolo, mas recebo bastante carinho dos torcedores. Tem até uma musiquinha que eles cantam ("Carlos Alberto, Carlos Alberto, quero bailar com você, no ritmo de balancê"). AE - Acreditava que o Porto conseguiria chegar à decisão da Liga dos Campeões? Carlos Alberto - Quando um jogador profissional entra para disputar uma competição, sempre acredita que poderá chegar ao título. Ainda mais porque nós temos uma equipe de qualidade, com jogadores experientes e que está muito entrosada. AE - O que passou pela sua cabeça ao jogar contra equipes como o Manchester? Carlos Alberto - Foi tranqüilo. É claro que deu um friozinho na barriga pela importância dos jogos, mas nunca me abalei com adversários. Levo para o campo sempre a mesma vontade e coragem, independentemente de quem vou enfrentar. AE - Está mais perto da seleção no Porto ou no Fluminense? Carlos Alberto - No Porto, sem dúvida. Tenho grande carinho pelo Fluminense, mas jogar na Europa acaba chamando mais atenção do técnico da seleção. Sei que minha hora de vestir a amarelinha vai chegar mais cedo ou mais tarde. AE - Quais as diferenças entre o futebol brasileiro e o português? Carlos Alberto - A obrigação de marcar. No Brasil, as pessoas vêem sempre a qualidade, enquanto aqui não interessa se ele é o melhor ou mais habilidoso, tem de trabalhar muito. Quem não trabalha, não joga. AE - Como é disputar um campeonato em que quase sempre os mesmos times lutam pelo título? Carlos Alberto - Acirra a rivalidade entre os clubes porque um não quer perder para o outro. Mas de vez em quando aparecem algumas surpresas, como foi o Boavista ano retrasado. AE - Esperava em tão curto espaço de tempo chegar onde chegou no Porto? Carlos Alberto - Sinceramente não. Esperava ter a chance de brigar por uma vaga na equipe titular e acabei sendo campeão nacional e chegando a duas finais (Taça de Portugal e Liga dos Campeões).

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