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Cartolas decidem nesta quarta se suspendem Rogério Caboclo, acusado de assédio, da CBF até 2023

Prazo de 21 meses pedido pela Comissão de Ética está em pauta na Assembleia Geral da entidade com os 27 presidentes de federações; dirigente confia que não deixará o cargo

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Por Marcio Dolzan
Atualização:

Afastado provisoriamente da presidência da CBF desde junho, Rogério Caboclo terá seu destino à frente do futebol brasileiro selado a partir das 15h desta quarta-feira. A poucos metros da sala de onde o cartola usou toda a força de seu poder para despachar - e, segundo apuração de uma comissão de ética, agir de maneira indevida - por dois anos, presidentes de 27 federações estaduais vão decidir se o mantém afastado até março de 2023, um mês antes de encerrar o seu mandato.

A Assembleia Geral da CBF foi convocada com pauta única: aprovar ou não o parecer da Comissão de Ética da entidade, que considerou Caboclo culpado de assédio moral e sexual contra uma funcionária, além de uso indevido de recursos da confederação para a aquisição de bebidas alcoólicas para consumo pessoal. O cartola nega as acusações.

Rogério Caboclo terá destino na CBF definido nesta quarta-feira Foto: Lucas Figueiredo/CBF

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Por causa disso, a comissão recomendou o afastamento de Rogério Caboclo pelo prazo de 21 meses, sanção que se encerraria apenas em março de 2023. Assim, os 27 cartolas estaduais decidirão se aprovam ou não a pena. Para a medida ser aprovada, serão necessários 21 dos 27 votos, o equivalente a três quartos do total. A votação será feita em sessão secreta, mas os votos de cada um dos dirigentes serão abertos.

Se isso acontecer, o dirigente perde a possibilidade de se candidatar às novas eleições e também não estaria com a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar - ele já não esteve com o time de Tite na Copa América desde ano porque estava provisoriamente afastado para as investigações do caso. Ocorre que Rogério Caboclo acredita que terá os votos necessários para ter sua pena anulada e, assim, retomar seu cargo na CBF. O Brasil se reúne em outubro para mais três partidas pelas Eliminatórias.

ACUSAÇÃO

Caboclo foi acusado formalmente de assédio moral e sexual por uma funcionária em junho, quando foi afastado de forma provisória. Em agosto, a comissão de ética da CBF considerou o cartola culpado de "conduta inapropriada" e recomendou afastamento por 15 meses. A pena - e os termos considerados para defini-la - causou revolta e a funcionária recorreu. No último dia 20, um novo parecer foi apresentado e a pena foi aumentada para 21 meses, dessa vez por acusação de assédio.

Além desse caso, o dirigente tem contra si outras duas acusações do mesmo tipo apresentadas por funcionárias da entidade. Um terceiro funcionário o acusa de assédio moral. Todas essas denúncias, porém, não fazem parte do parecer que será votado nesta quarta-feira.

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Se acatada pela Assembleia Geral, a suspensão por 21 meses tira de Rogério Caboclo a chance de concorrer à reeleição. Tradicionalmente, a eleição para presidente da CBF é realizada um ano antes do término do mandato - ou seja, deverá acontecer em abril do próximo ano -, quando o cartola ainda estará cumprindo suspensão.

O dirigente também não poderá acompanhar a delegação brasileira na Copa do Mundo do Catar - isso, claro, se a seleção confirmar a vaga -, marcada para os meses de novembro e dezembro do próximo ano. Nesse caso, seria a segunda vez consecutiva que a seleção brasileira estaria num Mundial sem seu presidente eleito. Em 2018, Marco Polo Del Nero estava afastado por decisão da Fifa.

Nesta quarta-feira à tarde, Rogério Caboclo deverá estar representado por um de seus advogados, uma vez que ele não pode se aproximar da sede da CBF por determinação da Justiça do Trabalho, que também apura as denúncias.

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