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CBF contra-ataca e refuta armação para ajudar o Brasil

O presidente José Maria Marin está do lado de Felipão, e não admite que pensem que o Brasil será privilegiado durante os jogos

Foto do author Robson Morelli
Foto do author Almir Leite
Por Robson Morelli , Almir Leite e Silvio Barsetti - Enviados Especiais a Teresópolis
Atualização:

A CBF não aceita ser colocada contra a parede na Copa do Mundo que ajudou a organizar em sua casa. Tampouco engole as críticas de que a arbitragem da Fifa tenha beneficiado o Brasil na partida contra a Croácia, naquele pênalti sobre Fred que Neymar bateu para marcar o segundo do time e seu no jogo. O Brasil ganhou da Croácia por 3 a 1 e assumiu a ponta do Grupo A.

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O presidente José Maria Marin, aliado ao que pensa o técnico Luiz Felipe Scolari, rebate quem acha que a vida da seleção será facilitada na Copa, ou que haja armação para fazer o Brasil hexacampeão. Tenta matar o mal pela raiz.

O contra-ataque começou após a CBF sentir o tamanho da repercussão internacional, e nacional, criada pela decisão do juiz japonês Yuichi Nishimura de dar o pênalti quando o jogo estava empatado em 1 a 1. O juiz, diga-se, foi “perdoado” ontem pela Fifa. A entidade manifestou-se favorável ao árbitro, que não sofrerá nenhum tipo de punição.

Felipão, logo após a partida, mostrou-se contrariado com os comentários de armação ou de que o Brasil teria sido ajudado. Disse que a seleção havia ganho cinco títulos mundiais graças a seus jogadores e não às atuações do árbitros. Mais tarde, o treinador ficou irritado, indignado até, com a repercussão dada ao lance.

Marin e Felipão juntos, antes do jogo do Brasil Foto: Ricardo Stuckert / CBF

Partiu dele a ideia de que a CBF não poderia aceitar ser colocada contra a parede dessa forma, o que poderia prejudicar o time no futuro. Tudo o que Felipão não quer que aconteça no Mundial. No bom português e malandro que é, o técnico teme que os árbitros, de agora em diante, na dúvida apitem contra seu time.

Na primeira chance que tiver, Felipão vai pontuar erros da arbitragem em outras partidas da Copa, como ocorreu ontem. 

Dos jogadores da seleção que “viram” a jogada de Fred, todos defendem a existência da falta, como o lateral Daniel Alves. Quem não quer se comprometer, apressa-se em dizer que estava longe do lance. É o caso de Ramires.

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Fred, pivô da primeira polêmica desta Copa, comprou briga com quem disse que o pênalti não existiu. O atacante está convicto, contestando voz popular de que não houve a falta. Fred pediu para que as pessoas não tirassem o brilho da vitória suada do Brasil. E não tem dúvidas de que a seleção mereceu ganhar. Escolhido para o exame antidoping, o jogador não deu entrevistas após a partida, a não ser as obrigatórias para o canal da Fifa.

Do seu ponto de vista, a infração existiu. “Foi pênalti claro! Não existe mais pênalti ou menos pênalti. A Fifa mandou uma comissão de arbitragem para orientar todos os jogadores da competição para que não haja agarra-agarra dentro da área porque os árbitros iam marcar pênalti.”

Em suas palavras, gravadas em vídeo pela CBF, ele recebeu a carga no ombro esquerdo, suficiente para desequilibrá-lo. Foi o que contou. “Dominei a bola com a direita para girar o corpo. Sofri uma carga no ombro e perdi o alcance da bola. Não sou de ficar caindo na área. Mas recebi a carga no ombro esquerdo que me impediu de fazer o gol.”

Fred lembrou que no amistoso com a Sérvia recebeu uma bola na área e, mesmo desequilibrado, chutou para fazer o gol da vitória brasileira. Disse isso para se justificar, para deixar bem claro que não é um jogador que “cava” pênaltis ou faltas. “Tem muita gente falando que não foi pênalti. Foi pênalti claro. Houve a carga. Sabemos que teremos de ganhar a Copa no futebol. E nada vai atrapalhar o nosso ambiente ou mudar o nosso foco.”

Fred ressaltou que todos estão preparados, a seleção, as outras equipes e a arbitragem. “Não podemos tirar o brilho da vitória do Brasil.”

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