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CBF e clubes ratificam Pontos Corridos

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os clubes e a diretoria da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) homologaram nesta segunda-feira a forma de disputa e outros detalhes da Série A do Campeonato Brasileiro de 2004. O sistema de pontos corridos não sofreu alteração. Portanto, os 24 clubes jogarão entre si em turno e returno. As duas principais mudanças dizem respeito ao número de rebaixados - quatro equipes vão descer para a Série B, enquanto duas ascenderão à Série A - e ao valor dos ingressos, o tema mais controverso na reunião realizada na sede da CBF. Ficou estabelecido que o preço mínimo do bilhete será de R$ 15, um aumento de 50% em relação ao cobrado na competição em 2003. A meia entrada custará R$ 7,50. Não há impedimentos para quem quiser elevar o valor dos ingressos. Mas o clube que descumprir o limite mínimo será multado. Até eventuais promoções estão proibidas. Dos 24 participantes da Série A de 2004, dois estiveram ausentes da reunião com a CBF: a Ponte Preta nem sequer enviou representante ao Rio e o Flamengo esteve presente apenas no encontro preliminar entre os clubes, antes da formalização das decisões com o presidente interino da CBF, Nabi Abi Chedid. "A minha opinião é a dos clubes", disse Chedid, fugindo à pergunta sobre que posição considerava mais adequada com relação ao reajuste do preço dos ingressos. O presidente do Atlético-PR, Mário Petraglia, foi o mais enfático na defesa da revisão dos preços. Chegou a propor bilhetes a R$ 25. "Já elitizamos as despesas; temos agora de elitizar as receitas. Os recursos de bilheteria hoje são incompatíveis com a realidade dos clubes; por isso eles quebraram", disse Petraglia. "Anos atrás, os clubes viviam apenas das rendas das partidas." São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos votaram pela cobrança mínima de R$ 15. O presidente do Clube dos Treze, Fábio Koff, sustentou a proposta de que o valor fosse liberado e ficasse a critério dos clubes mandantes dos jogos. Ele representava o Grêmio e não teve êxito. O presidente do Vitória, Paulo Carneiro, votou pelo valor de R$ 10 e justificou sua posição. "Sou do Nordeste e tenho de ver a realidade de minha região." Para Flamengo e Vasco, os maiores opositores do valor mínimo estipulado, a decisão vai tirar público dos estádios. "É um absurdo, um despropósito", criticou o presidente do Vasco, Eurico Miranda, que se absteve de votar. Pelo Flamengo, Marcio Braga disse que os clubes de maior torcida vão sofrer com a medida. O Cruzeiro acompanhou o voto do Vitória, embora o presidente do clube campeão brasileiro de 2003, Alvimar Costa, admitisse "uma certa defasagem" nos R$ 10 cobrados atualmente. O Conselho Técnico da Série A, nome formal do encontro entre clubes e CBF, decidiu ainda manter ao mandante a renda dos jogos. Neste ponto, o Corinthians argumentou que o ideal seria a divisão da arrecadação, sob a alegação de que o clube lota estádios pelo Brasil afora e não recebe nada em troca. Outra medida tomada nesta segunda-feira abrange a capacidade de público nos estádios: para o Brasileiro de 2004 só serão realizados jogos em locais onde 15 mil pessoas, no mínimo, possam estar presentes. A data de inscrição dos atletas passou de 31 de julho para 14 de setembro e até esse dia poderá haver transferência de atletas entre clubes do Brasileiro desde que tenham atuado, no máximo seis vezes na competição. Em meio às discussões, o Palmeiras tentou levar à pauta um novo critério para definição do rebaixamento - os clubes só poderiam cair pela média de rendimento nos três últimos campeonatos. A proposta não teve respaldo de nenhum clube. Ainda na primeira reunião, só entre clubes, Eurico Miranda, do Vasco, propôs que caíssem já a partir de 2004 seis clubes para a Série B. Cruzeiro, Atlético-PR e Vitória seguiram o dirigente carioca. Mas o que prevaleceu mesmo foi a queda de quatro clubes, fórmula que vai se repetir também em 2005. Já em 2006, de acordo com o Conselho Técnico, haverá uma mudança - continuarão descendo quatro, mas o mesmo número de clubes passará da Série B para a Série A - isto levaria o Brasileiro de 2007 a contar com 20 agremiações.

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