CBF é contra paralisar o Brasileirão

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Por Agencia Estado
Atualização:

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não vê motivos para a interrupção do Campeonato Brasileiro por causa do escândalo da arbitragem denunciado neste fim de semana pela revista Veja. A entidade, no entanto, vai dar total autonomia à comissão que será criada até terça-feira para apurar o caso e acatará qualquer decisão da justiça esportiva. Os árbitros Edilson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, que são acusados de manipular resultados em jogos desta temporada, correm o risco de ser eliminados do futebol. Apontados como pivôs do esquema de corrupção, eles vão ser denunciados ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com base no artigo 241ou 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva CBJD), cujas penas, em ambos os casos, prevêem a exclusão do futebol. O tribunal também vai abrir inquérito disciplinar para apurar se houve influência da arbitragem nos 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho no Brasileirão. Auditores do STJD ouvidos pela Agência Estado não souberam ou não quiseram falar sobre a hipótese de paralisação do campeonato. A denúncia, comprovada a partir de grampos telefônicos, mostra a suposta participação direta de Edilson Pereira de Carvalho e de Paulo José Danelon na manipulação de resultados do Campeonato Brasileiro e do Paulista de 2005. Os dois árbitros estariam ligados a um grupo de apostadores, donos de bingos de São Paulo e Piracicaba, que desde o início deste ano estaria fraudando resultados para lucrar com apostas realizadas em sites ilegais. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, reagiu com indignação quando soube das supostas fraudes no esquema da arbitragem. Ele defende que o caso seja apurado com rigor, mas acha que a credibilidade do Brasileiro não pode ser arranhada por causa do desvio de apenas um árbitro. O dirigente está sendo informado a todo instante pela assessoria de imprensa da entidade a respeito dos desdobramentos da denúncia. Embora a CBF prefira a cautela, sabe-se que a situação do presidente da Comissão Nacional de Arbitragem da entidade, Armando Marques, complicou-se com o escândalo. Há a expectativa de que ele conceda entrevista coletiva no início da semana para falar sobre a conduta de Edilson Pereira de Carvalho e a relação da Comissão com os árbitros do quadro nacional.

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