Em depoimento na 13ª Vara Cível do Rio, nesta terça-feira, o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, negou que a entidade tenha se comprometido a ceder ingressos da Copa do Mundo de 1998 às agências de turismo Oremar, Cetemar e Imperial Operadora, que estão sendo processadas por torcedores que não receberam ingressos a que tinham direito e cobram uma indenização. As agências denunciaram a CBF, que, segundo elas, prometeu distribuir ingressos para serem repassados aos torcedores. O processo em que Teixeira depôs foi movido por João Carlos Carvalho Dias. São rés as empresas Oremar, Cetemar e Imperial Operadora, que formavam o pool da Copa de Mundo de 1998. Como alegam que a responsabilidade pela não distribuição dos ingressos e da CBF, as agências pedem que, caso sejam condenadas a pagar indenizações, a entidade tenha de cobrir os prejuízos em uma ação regressiva. Ao denunciar a CBF, a Oremar pediu que Teixeira fosse arrolado como testemunha. O juiz da 13ª Vara Civel, Célio Geraldo Magalhães, ouviu nesta segunda-feira o dirigente, que garantiu que a única responsável pela distribuição dos ingressos era a Stella Barros Turismo, credenciada pela Fifa. As agências alegam que a CBF prometeu lhes dar ingressos, por meio de outra agência: a SBTR, cujo registro foi cassado pela Embratur. Por isso, a entidade foi denunciada em outro processo de outros torcedores contra as três agências. O diretor Jurídico da CBF, Carlos Eugênio Lopes, que acompanhou Teixeira em seu depoimento, disse que a entidade nunca se comprometeu a distribuir os ingressos entre as agências. "Eles nunca conseguiram provar isso." A CBF está movendo ações contra as agências por calúnia. Ao deixar o Tribunal de Justiça do Rio, Teixeira não quis falar com a imprensa, saindo rapidamente em seu carro. Antes do dirigente, já foram ouvidos os donos das agências de viagens. Depois de presenciar os depoimentos, o juiz vai estabelecer a sentença, em 1ª instância do caso.