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Ceni marca de pênalti e dá vitória ao São Paulo no Morumbi quase vazio

Pouco mais de 4 mil pessoas assistiram o jogo contra o São Bento

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Por Ciro Campos
Atualização:

Um novo fracasso bateu à porta do São Paulo na noite desta quinta-feira, e graças a um pênalti o time espantou o fiasco, mas sem diminuir a desconfiança da torcida. A pobre atuação na vitória por 1 a 0 sobre o São Bento, no Morumbi, escancarou as falhas em campo e a falta de sinergia com a torcida. Se o objetivo era ganhar com autoridade para apagar a derrota para o Corinthians, o plano esteve a um fio do fracasso. Não fosse o gol de pênalti, o resultado só não seria mais negativo do que a atuação. Além de jogar mal, a equipe se expôs às falhas e ao desgaste na relação com os são-paulinos. O clube precisa fazer as pazes com a bola e com a torcida. O futebol do time não tem empolgado e nesta quinta não convenceu o torcedor a ir ao Morumbi. Vazio e silencioso, o estádio viveu uma atmosfera diferente.

Rogerio Ceni comemora seu gol contra o São Bento pelo Paulistão. Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Das arquibancadas era possível ouvir os gritos do jogadores, o barulho dos chutes na bola e o apito do árbitro. Apesar disso, o placar eletrônico não divulgou o público presente.

Do lado de fora, até mesmo poucos flanelinhas se deram ao trabalho de oferecer para guardar o carro dos são-paulinos e parte da torcida voltou a protestar contra o preço dos ingressos. Os bilhetes custavam a partir de R$ 40 e em faixas colocadas estava no portão principal do Morumbi foi retratada a insatisfação: "Ingresso caro é igual a Morumbi vazio".

Time e torcida precisam de entrosamento e cooperação para transformar o estádio em caldeirão e intimidar o adversário. Mas com os assentos vazios, um jogo fica morno, com cara de treino e o que se viu no primeiro tempo foi um ciclo de toques laterais e sem apetite para sufocar o time do interior.

Ganso sequer foi relacionado e a ausência de armadores tinha o intuito de dar mais movimentação. Alexandre Pato e Alan Kardec se alternavam nas posições de centroavante e meia, com Centurión aberto na esquerda e Michel Bastos na direita no esquema 4-2-3-1.

No papel, parecia adequado. Na prática, desentrosamento, erros de passes e uma organização que se esfarelou diante das sucessivas tentativas de cada um jogar sozinho contra uma eficiente retranca.

Na escuridão de criatividade do primeiro tempo apenas uma fagulha quebrou a monotonia. Já no fim, Michel Bastos cruzou e Centurión cabeceou na trave, em conclusão de jogada em contra-ataque.

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No intervalo a torcida organizada começou a agir. Xingou dirigentes, pediu raça e chamou a equipe de sem vergonha. Em campo o time também mudou um pouco a postura no segundo tempo, ao pressionar mais a saída de bola e arriscar chutes de fora da área.

Os arremates iam sem direção ao gol do goleiro Henal e a torcida já tinha até desistido de se manifestar quando um pênalti resolveu tudo. Hudson foi derrubado por Marcelo Cordeiro e Rogério Ceni converteu, aos 28 minutos. Talvez o goleiro tenha sido o único são-paulino a desfrutar de uma redenção depois de perder a cobrança no clássico do último domingo, contra o Corinthians.

O gol tirou o peso do São Paulo e o time começou a criar mais. Hudson voltou a incomodar, fez fila na defesa e quase marcou um gol. Boschilia também assustou em um chute. Ainda assim os erros persistiram e, como o São Bento não ousou, o 1 a 0 parece ter sido do agrado de todos.

Após o jogo desta quinta, o São Paulo voltará a campo no próximo domingo, contra a Ponte Preta, às 16 horas, em Campinas, pela décima rodada do Paulistão. Já o São Bento terá pela frente o Mogi Mirim, em Sorocaba, apenas na próxima terça-feira, às 19h30.

FICHA TÉCNICA SÃO PAULO 1 X 0 SÃO BENTO

SÃO PAULO

- Rogério Ceni; Auro, Lucão, Edson Silva e Carlinhos; Denilson e Thiago Mendes (Hudson); Michel Bastos, Alexandre Pato e Centurión (Boschilia); Alan Kardec (Ewandro). Técnico: Muricy Ramalho.

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SÃO BENTO

- Henal; Alex, Wanderson, João Paulo e Marcelo Cordeiro; Éder Correia, Renan Teixeira (Éder), Serginho Catarinense e Giovanni (Barboza); Romário e Renan Mota (Francisco). Técnico: Paulo Roberto Santos.

GOLS

- Rogério Ceni (pênalti), aos 28 minutos do segundo tempo.

ÁRBITRO

- José Cláudio Rocha Filho.

CARTÕES AMARELOS

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- Éder Correia, Thiago Mendes, Denilson e Marcelo Cordeiro.

PÚBLICO

- 4.507 pagantes.

RENDA

- R$ 119.375,00.

LOCAL

- Morumbi, em São Paulo.

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