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Chegar no autódromo, o caos do caos

Por Agencia Estado
Atualização:

O GP da Grã-Bretanha e o da Itália são os únicos que nunca deixaram de ser disputados desde 1950, quando a Fórmula 1 foi criada. A corrida de Silverstone, na Inglaterra, contudo, só foi confirmada na temporada de 2003 depois que os organizadores deram garantias à FIA de que o acesso ao circuito seria amplamente facilitado. O que o governo turco não deverá fazer então para realizar sua prova de novo em 2006? O mais feliz dos cidadãos, neste domingo no extraordinário autódromo de Istambul, demorou suas horas e meia para chegar. Cerca de 5 quilômetros de fila na autoestrada D-100/E5, que conecta Istambul à capital do país, Ankara, distante 430 quilômetros. Outros 5 quilômetros de veículos parados na via que sai da D100/E5 e dá acesso ao circuito. Resultado: o tempo normal de deslocamento do centro de Istambul para a pista, a 60 quilômetros de distância, superou as 3 horas. "Sabemos que está o caos lá fora. Tenham paciência, todos estão aprendendo, este é o primeiro GP aqui", dizia a assessora de imprensa da FIA, Christel Picot. Como não havia muitos carros à disposição para alugar, parte das pessoas que trabalham com a Fórmula 1 teve de recorrer aos táxis. Ocorre que os policiais de trânsito não autorizavam os táxis a entrar numa faixa exclusiva para veículos credenciados, mas isso já próximo do autódromo. Muitos profissionais foram obrigados a deixar os táxis a pelo menos 7 ou 8 quilômetros do circuito e caminhar a pé por mais de uma hora, sob sol de 31 graus, alguns com equipamentos pesados, sob pena de perder a largada. "Tenho certeza de que centenas de motoristas vão estar lá parados até bem depois de a prova ter já iniciado", disse um funcionário alemão da empresa contratada para controlar a entrada no autódromo. "A culpa não é nossa", dizia, "nossa responsabilidade é aqui." A estrada de acesso à pista, recém-inaugurada, com três faixas de rolamento, terminava num ponto sem saída. Ali todos eram obrigados a parar e, então, ver que lado seguir, o do estacionamento das arquibancas ou da entrada para a área de paddock, reservada a quem trabalha no evento. Nada menos de 90 mil espectadores estiveram no autódromo turco, neste domingo, e outras 5 mil representam profissionais que se deslocam com a Fórmula 1. Todos tinham de passar pelo mesmo ponto de triagem, não havia outra alternativa. Até a segurança, tão severa nos dias anteriores, com cães farejadores e tudo, acabou bem secundária diante da necessidade de se tentar algo para evitar que milhares não assistissem à corrida, como aconteceu com muita gente. "Acho que foi o único aspecto negativo do nosso I GP", disse Pelin Kaleci, assessora de imprensa turca do evento. "Temos consciência de que foi grave, não só para chegar como para sair. Vamos compreender os erros e evitá-los em 2006." Dentro do autódromo, porém, poucas vezes tudo funcionou tão bem, em especial por se tratar da primeira edição da corrida.

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