'Chegou a hora de ser campeão', diz Klose

Atacante esteve perto do título nos três últimos mundiais e não pretende 'morrer na praia' pela quarta vez

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Miroslav Klose, de 36 anos, está feliz por ser o maior artilheiro da história das Copas, mas essa felicidade não é completa. O veterano goleador sente que ainda falta algo para que sua brilhante carreira termine do jeito que sempre quis. Falta o título de campeão do mundo. Ao contrário de seus colegas de time, todos mais jovens do que ele, Klose sabe que no domingo terá a sua última chance de ganhar um Mundial e não quer desperdiçá-la por nada no mundo. É fácil entender o desejo gigantesco de Klose pela Copa. Ele vestiu a camisa da Alemanha nas três últimas edições do torneio e em todas elas voltou para casa com aquele gostinho amargo de quem sabe que faltou pouca coisa para levantar a taça. Em 2002, sua equipe foi vice-campeã. Em 2006 e em 2010, terminou o Mundial em terceiro lugar. Klose, evidentemente, nem pensa na possibilidade de “morrer na praia” pela quarta vez consecutiva. "Acho que chegou a hora de voltar para a Alemanha com o título", comentou o artilheiro de 36 anos. "É fantástico ter mais uma oportunidade de ser campeão do mundo, mas, se não ganharmos, talvez não me deixem entrar mais no meu país", brincou Klose. O jogador da Lazio começou o Mundial com um gol a menos do que Ronaldo na lista dos maiores artilheiros das Copas (15 a 14). O planeta todo estava curioso para saber se ele seria capaz de superar o Fenômeno, mas Joachim Löw deixou bem claro que não iria escalar o seu time com base nessa expectativa. Tanto que Klose ficou no banco de reservas nos quatro primeiros jogos da Alemanha no torneio e em dois deles (contra Portugal e Argélia) nem entrou em campo. O polonês naturalizado alemão nunca reclamou e tratou de aproveitar as chances que apareceram. Contra Gana, entrou no segundo tempo e logo de cara fez o gol que o colocou lado a lado com Ronaldo. E foi justamente diante do Brasil, já com a condição de titular de volta (ele havia recuperado a posição no jogo anterior, contra a França), que Klose deixou para trás o astro brasileiro.FOCO NA FINAL A façanha é realmente incrível, e coisa e tal, mas o goleador não quer pensar nela agora. Aliás, Klose não quer saber de nada que não seja a partida contra a Argentina, a grande oportunidade que o destino lhe deu de combinar em uma mesma Copa o recorde de gols e o título mundial. "Todos os que me conhecem sabem que o meu foco está na final", comentou ele. "Haverá um momento mais apropriado para aproveitar esse recorde, mas isso será só no futuro. Se nós perdermos a decisão, minha alegria será bem menor." Por mais que ele só tenha olhos para a decisão do Mundial, é evidente que Klose está orgulhoso do seu recorde de gols. Especialmente por ter conseguido superar Ronaldo, um jogador por quem ele tem imenso respeito. E que estava no Mineirão para ver de perto o momento de glória do alemão. "Eu jogo na Itália e lá todos me dizem que ele foi o melhor que já jogou nos estádios italianos”, disse o goleador. "Ele era o melhor atacante contra quem você poderia jogar, era o mais completo. Além disso, tem uma grande personalidade, é uma grande pessoa. Não deve ter sido muito alegre para ele ter me visto quebrar seu recorde, deve ter sido um pouco amargo."ESPÍRITO DE GRUPO Apesar do seu jeitão calado e da sua fisionomia sempre séria, Klose é um dos líderes da seleção alemã. E nem poderia deixar de ser, uma vez que a experiência de alguém que está em sua quarta Copa do Mundo não pode ser desprezada por um elenco formado por muitos jogadores jovens. Na condição de líder, o goleador está impressionado com o bom ambiente da equipe alemã. Ele não tem nenhuma dúvida de que a ausência de desavenças entre os jogadores – e também entre os atletas e a comissão técnica – tem influência grande na boa campanha da Alemanha no Mundial do Brasil. "Basta olhar os treinos para ver o grau de respeito e comprometimento de todos", disse ele. "Não há um time A e um B. Ninguém que está no banco se sente inferior, nem fica resmungando porque não joga."

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.