Publicidade

Cicinho convence Leão com gol no final

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Se Leão ainda tinha uma ponta de desconfiança em relação à importância de Cicinho para o time do São Paulo, acabou. O desempenho do lateral foi fundamental na vitória deste sábado. A ponto de o próprio Leão sugerir um lugar para o seu jogador na Seleção Brasileira. "O Parreira está vendo muitos jogos. A Seleção Brasileira não é formada no Brasil. Essa é a maior dificuldade. O Cicinho compete com bons jogadores. Mas um dia isso pode mudar. Se o Parreira for dar uma oportunidades aos brasileiros (jogadores que atuam no Brasil), Cicinho estaria bem cotado, não tenho a menor dúvida disso". O clássico teve duas facetas para o jogador. No primeiro tempo ele colocou em risco o futuro do time no jogo, cometendo um pênalti infantil ainda no primeiro tempo, segurando Osmar pela camisa. No segundo, se recuperou com sobras. Além de empurrar a sua equipe para o ataque, foi dele o chute que garantiu os três pontos. E com um detalhe: bateu da meia lua com o pé ruim, o esquerdo. O chute fatal nem foi tão forte. Cicinho pegou meio torto na bola. Mesmo assim, venceu Sérgio. Também não foi acaso o posicionamento escolhido pelo jogador naquele momento da partida. É assim como costuma ser nos treinamentos, no CT da Barra Funda. Cicinho fica sempre à espera da chamada segunda bola. Normalmente, ele não desperdiça a chance. "É o trabalho. O Leão tem trabalhado muito os chutes de fora da área. Ele pede para a gente bater, incentiva o chute. Aplaude até o erro, desde que você arrisque, tente. E quando você trabalha sério, a recompensa vem". E como a recompensa tem sido generosa com ele. O gol deste sábado foi o oitavo de Cicinho no Campeonato Brasileiro. Já é o artilheiro do time na competição, ultrapassando o atacante Grafite, que tem seis. Na temporada, fez 10 e só perde para Grafite, que tem 16 - segundo o scautt da assessoria de imprensa do São Paulo. Marcar gols, portanto, não é um acaso. Cicinho é um lateral com características de atacante. Apóia, chuta bem e faz gols. Nas últimas quatro partidas, marcou cinco gols: contra o São Caetano pela Copa Sul-americana, contra o Grêmio, contra o Paysandu (2) e neste sábado, diante do Palmeiras. O próprio Leão, na entrevista coletiva, brincou. "Parece que todo chute do Cicinho entra". Docilidade - Só o começo da relação não foi assim. Leão chegou ao São Paulo desconfiado em relação ao jogador. Achava que Cicinho, por apoiar demais o ataque, poderia comprometer a segurança da defesa. Chegou até a substituí-lo por Gabriel em alguns jogos. Como o reserva entrou bem, especulou-se sobre a chance de Cicinho perder o lugar na equipe. O temperamento dócil de Cicinho foi uma arma importante para quebrar o gelo. Em momento algum o lateral se rebelou. Além de tudo, fez uma coisa que Leão adora: jamais se entregou. Continuou com a mesma aplicação. Mostrou ao técnico que não iria perder tão facilmente o seu espaço no time. E complementou o trabalho marcando gols importantes. O deste sábado, no clássico contra o Palmeiras, foi a consagração definitiva. Depois de vencer o goleiro Sérgio, aos 47 do segundo tempo, Cicinho nem esperou pelo apito final do árbitro Sálvio Spínola. Saiu correndo em direção ao símbolo do clube e foi comemorar junto de sua torcida. Quando percebeu, tinha atrás de si Fabão, Renan, Alê, Rodrigo e Grafite. Cantaram e pularam como se tivessem acabado de conquistar um título. A sensação foi quase a mesma: "O time me deu tranqüilidade para trabalhar. Taí o retorno".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.