"Vou para a seleção, mas volto para ajudar o São Paulo na final da Libertadores". A frase, em tom profético, foi dita há algumas semanas por Cicinho, antes de seguir para a Alemanha, para a disputa da Copa das Confederações. A afirmação não apenas se comprovou como seu autor retorna com moral elevado para tentar conquistar o terceiro título na temporada. "Estou preparado e confiante. O mais importante foi voltar e ver que o ambiente entre os jogadores é o melhor possível", comentou. As conquistas coincidem com a melhor fase da carreira. Depois de boas - mas longe de brilhantes - apresentações em 2004, Cicinho foi uma das peças fundamentais na conquista do Campeonato Paulista, em abril. Chamou a atenção da comissão técnica da seleção brasileira e, pela excelente atuação na Copa das Confederações, garantiu uma vaga no elenco que vai à Copa do Mundo no próximo ano. "Sempre que foi preciso, dei conta do recado, tanto no São Paulo quanto na seleção", comenta o jogador. "Mas a Copa do Mundo ainda está longe, meu objetivo era o de deixar uma boa impressão e ser lembrado outras vezes". Mesmo à distância, Cicinho acompanhou os três jogos - o segundo duelo contra o Tigres, no México, e as duas partidas diante do River Plate - pela Copa Libertadores através da internet. "O Marcos tirava sarro, dizendo que o São Paulo ia perder, mas quando vencemos o River Plate, todos os jogadores vieram me cumprimentar", contou. Poder contar com Cicinho é um alívio para os são-paulinos. Não apenas por sua boa fase, mas porque Michel, contratado para ser seu substituto, não conseguiu se firmar - tanto que nos últimos jogos da Libertadores, Souza e Mineiro se revezaram na posição. O retorno do lateral também encerra, ao menos por enquanto, as especulações sobre sua ida para o futebol europeu. "Tenho contrato até 2008 e quem quiser me contratar tem de falar com o São Paulo, que tem 60% do meu passe", disse o lateral, sondado por Porto, de Portugal, e Bétis, da Espanha. "Não penso em morar na Europa agora porque minha família não se adaptaria. Quando joguei no Atlético-MG, levei meu pai para morar em Belo Horizonte, mas três dias depois ele quis ir embora", contou. "Ele não sai de Pradópolis de jeito nenhum".