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Clássico marca duelo Leão x Estevam

Por Agencia Estado
Atualização:

O clássico de amanhã, no estádio do Morumbi, coloca frente a frente dois treinadores que construíram carreira trabalhando no rival ? como jogadores: Emerson Leão, como goleiro, marcou época no Palmeiras. Já Estevam Soares, como zagueiro, fez parte da campanha do primeiro título brasileiro do São Paulo, em 1977. Leão e Estevam, inclusive, duelaram várias vezes como jogadores no próprio Morumbi. ?Lembro bem que era sempre muito difícil passar pelo Leão. Era um excelente goleiro, de muito reflexo?, conta Estevam. O hoje treinador palmeirense guarda com carinho as memórias que tem da época em que atuava como zagueiro pelo São Paulo, entre os anos de 1977 e 78. Foi o auge de sua carreira como jogador, iniciada no Guarani, em 73. O Morumbi, até hoje, lhe traz boas recordações. ?É sempre uma honra voltar àquele estádio?. Estevam atuou em 11 dos 21 jogos que o São Paulo fez na campanha do título brasileiro de 1977. Ele só não atuou como titular na partida decisiva, contra o Atlético-MG, no Mineirão, porque havia sido expulso na semifinal, contra o Operário-MT, no Morumbi. Tecão foi seu substituto. Em 18 anos como jogador, Estevam nunca chegou a receber uma proposta para defender o Palmeiras. O mesmo não aconteceu com Leão. ?Tanto como jogador quanto como técnico, por várias vezes eu estive perto de vir para o São Paulo. Mas só agora isso foi possível?, disse Leão, na sua apresentação oficial ao Tricolor, no último dia 6 de setembro. A carreira de Leão, tanto como jogador quanto como treinador, é muito mais vitoriosa que a de Estevam. A começar pelo fato de ter defendido a Seleção Brasileira das duas maneiras: foi jogador nas Copas do Mundo de 1970, 74, 78 e 86 e técnico entre os anos de 2000 e 2001. Como comandante, não fez uma boa campanha, é verdade. Mas, como goleiro, sua marca com a camisa canarinho é impressionante: em 81 jogos, sofreu 51 gols, média de 0,62 gol por partida. Leão jogou em vários clubes grandes do futebol brasileiro, como Grêmio, Vasco e Corinthians. Mas foi mesmo no Palmeiras que fez nome e história. Ele chegou ao clube com 18 anos, em 1968, vindo de Ribeirão Preto. Saiu dez anos depois, mas voltou em 84. Encerrou sua carreira como jogador em 87, no Sport. Lá mesmo começou como técnico e, em 89, retornou ao Parque Antártica, já na nova profissão. Fez uma boa campanha no Campeonato Paulista daquele ano, até ser eliminado na fase final pelo então emergente Bragantino. Desde então, apesar de seu nome ser sempre muito comentado nos bastidores do clube, Leão nunca mais foi chamado para treinar o Palmeiras. Estevam assumiu o Palmeiras em maio, após o fracasso de Jair Picerni à frente do time na Copa do Brasil. No dia de sua chegada, admitiu: estava empolgado, mas também um pouco assustado com a responsabilidade do cargo. ?Nunca vi tanta gente assim?, disse ele, referindo-se ao número de jornalistas ao seu redor. O Palmeiras é o primeiro grande clube no currículo de técnico de Estevam. Até então, ele só havia treinado times do interior paulista e do Nordeste, além de uma passagem de oito meses pelo Olympic Beirute, do Líbano, em 2002. Apesar da inexperiência e do susto inicial, Estevam, hoje, diz que já se sente em casa. Tanto que até a semana passada, quando o time estava mergulhado numa crise, gerada por um jejum de vitórias e uma série de desentendimentos internos no elenco, não chegou a se sentir ameaçado de demissão em nenhum momento. Ele sabe que conta com a simpatia e a confiança do presidente Mustafá Contursi, que já não demite técnico atrás de técnico como fez em 2002. Leão, por sua vez, ainda vai tentando se adaptar ao São Paulo. Há 25 dias no clube, o técnico chegou a ser contestado por parte da torcida após alguns maus resultados, como o empate por 0 a 0 com o Cruzeiro, no Pacaembu. Após seis jogos com atuações irregulares, os 7 a 0 impostos ao Paysandu, na última terça-feira, porém, devem dar mais tranqüilidade para Leão. ?O São Paulo vinha sendo ?o time do quase?, mas deixou essa condição a partir do momento que passou a finalizar mais e melhor a gol, como foi nesse jogo contra o Paysandu?. Objetivo - Para amanhã, os dois técnicos dizem que esperam um grande duelo, já que as duas equipes vêm de vitórias convincentes e ambas lutam por uma vaga na Copa Libertadores da América do ano que vem. Já o título do Campeonato Brasileiro está um pouco distante: com 55 pontos, na quinta colocação, o Palmeiras está a nove do líder Atlético Paranaense. E o São Paulo, em sétimo com 53, está a 11. Para o Palmeiras, o jogo de sábado representa o último clássico paulista a ser disputado neste campeonato. Já o São Paulo ainda pega o Santos, em 24 de outubro, pela 27ª rodada da competição. No primeiro turno, já sob o comando de Estevam Soares, o Palmeiras venceu o São Paulo por 2 a 1, em 27 de junho, no estádio do Pacaembu. O jogo marcou a despedida do atacante Vágner Love, que trocou o Parque Antártica pelo CSKA, da Rússia. Love marcou os dois gols da vitória palmeirense, enquanto que o lateral-direito Cicinho descontou para o São Paulo. Naquela partida, disputada poucas semanas após a desclassificação na Libertadores frente ao modesto Once Caldas, da Colômbia, o Tricolor, em crise, teve dois de seus ídolos vaiados pela própria torcida: o goleiro Rogério Ceni, que falhou feio no segundo gol de Vágner Love, e o artilheiro Luís Fabiano, que desperdiçou um pênalti. Um mês depois, o atacante, cansado das vaias, acabou vendido para o Porto, de Portugal. Para o jogo de amanhã, Estevam não poderá contar com o pulmão de seu time, o volante Magrão, suspenso. Diego Souza e Corrêa aparecem como candidatos à vaga. Para o técnico, apesar da ausência do ?queridinho da torcida?, a presença dos torcedores alviverdes será fundamental para que o time vença e siga com chances de conquistar o título. ?Mais do que nunca, precisaremos que a torcida compareça e nos incentive. Deve haver uma mobilização completa, não só dos torcedores, como também da imprensa, nesse jogo, já que são duas grandes equipes paulistas que estão lutando pelo título?.

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