O Palmeiras enfrenta o Santos neste domingo no clássico da Vila Belmiro, pelo Campeonato Paulista. Para o meia Cleiton Xavier, a vitória é fundamental para continuar com chances de classificação. De quebra, o jogador espera afastar a crise que domina o alviverde neste início de temporada.
Jornal da Tarde - Como já aconteceu neste ano, o Palmeiras entra num clássico como azarão. Pela fase da equipe, isso é bom?
Cleiton Xavier - Eu acho muito bom. Este clássico veio em boa hora. Depois desta semana que passamos em Itu, o elenco está mais concentrado para evitar erros bobos que estavam acontecendo. Chegou no momento certo.
Existe vantagem para alguém, mesmo que teórica?
O Santos está numa fase excelente, mas acho que tudo vai se igualar. Qualquer vantagem pode ser anulada com superação da nossa parte.
Você é o cobrador de faltas e escanteios. É o principal assistente e na última segunda-feira fez dois gols salvadores contra o Sertãozinho. É exagerado dizer que você é o principal jogador do Palmeiras?
É exagero. Creio que o principal jogador é o Diego Souza, que foi o melhor do último Campeonato Brasileiro. Meu papel é dar passes e municiar o ataque, mais do que fazer gols.
Mas no último jogo em vários momentos você foi visto quase como atacante, dentro da área. É orientação do Antônio Carlos?
É, mas também é percepção do que está acontecendo dentro de campo. O jogador percebe que o espaço está aberto e tenta aproveitar. Tive sorte contra o Sertãozinho e fiz dois gols. A forma como estamos atuando, com dois atletas abertos pelas laterais, facilita também para os meias e volantes chegarem.
Pode não se considerar o grande nome do elenco, mas reconhece que foi o salvador talvez da campanha do Palmeiras no Paulistão? Como seria a situação do time se você não tivesse marcado duas vezes?
Seria muito pior do que está, sem dúvida. Mas não gosto de assumir essa condição de herói. Prefiro dividir com o grupo que me ajudou a fazer esses gols.
Então a tendência é que a cena do Cleiton Xavier comemorando gols seja cada vez mais frequente no ano?
Creio que sim por causa da movimentação dos atacantes. Mas não é minha preocupação principal. Tenho de dar passes para os atacantes.
Dentro dessa condição de assistente, o que muda com a chegada do Ewerthon?
Facilita. É um atacante que sabe jogar de costas para o marcador e gira em velocidade. Tem facilidade para atuar pelas laterais do campo e receber os passes.
É mais um para puxar a marcação e abrir espaço para os meias.
Sem dúvida. Ele chama a atenção e ninguém vai querer dar espaço para ele.
E se sobra mais espaço...
Aparecem mais chances de fazer gols. Se for no clássico, melhor ainda.
A semana de treinamentos em Itu foi mais importante dentro ou fora de campo?
Tanto dentro quanto fora. O Antônio Carlos ainda não havia encontrado um tempo para conhecer melhor os jogadores. Foram dias proveitosos. Também ficamos concentrados, longe de qualquer preocupação. Num momento como o atual, isso pode ajudar bastante a melhorar os resultados no campeonato. Viajamos para lá e só pensamos no trabalho, em nada mais.
Que erros a equipe estava cometendo dentro de campo e que foram corrigidos nesse período em Itu?
Faltava um pouco mais de concentração. Tem a questão de posicionamento. Às vezes erramos e damos espaço para o adversário no ataque e isso é sempre perigoso contra qualquer adversário. Ainda mais em clássico contra o Santos, que pratica um futebol ofensivo e é o líder da competição.
Já chamaram o Palmeiras de quarta força, de o pior entre os grandes e questionaram a qualidade dessa equipe. O time é ruim?
De forma alguma. É basicamente o mesmo elenco que quase foi campeão brasileiro ano passado. Quando os resultados não colaboram, essas coisas acontecem. Cabe a nós mudar isso. O clássico contra o Santos pode ser a hora da virada, o momento de definição para nossa equipe.