Clube dos 13: dissidentes buscam adesões

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Por Agencia Estado
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Os clubes que deixaram o Clube dos 13 vão fazer uma reunião, ainda sem data marcada, para decidir o futuro. A tendência é criar uma nova entidade para representá-los junto à Rede Globo nos próximos contratos. Apesar do racha, o Campeonato Brasileiro não corre risco, pois o acordo para 2005 continua valendo. "Havíamos marcado uma reunião para terça-feira, no Rio de Janeiro, mas o presidente do Flamengo está com um pequeno problema de saúde e adiamos", revelou Marcelo Portugal Gouvêa, presidente do São Paulo, o primeiro clube a deixar a entidade. Foi seguido por Flamengo, Fluminense, Botafogo, Cruzeiro, Atlético-PR e Vitória. A idéia é buscar novas adesões. "Cada um dos clubes vai buscar os que têm maior identidade. Queremos uma reunião forte", contou Marcelo Portugal Gouvêa. Corinthians e Atlético-MG são os alvos preferenciais dos sete clubes dissidentes. A adesão do Atlético-MG é mais provável. O Corinthians, que foi representado por Carlos Roberto de Mello, vice-presidente financeiro, na reunião de quarta-feira, seguirá o que o empresário iraniano Kia Joorabchian, dono da MSI, decidir. A intenção de Kia é negociar separadamente. Com muito dinheiro para investir e apoiado na segunda maior torcida do Brasil, ele entende que não precisa de outros clubes para negociar. E só vai pensar nisso no ano que vem. Racha - A divisão dos R$ 300 milhões pagos pela Rede Globo pelo direito de transmitir o Campeonato Brasileiro no triênio 2006-08 foi o motivo da cisão. O Clube dos 13 divide suas integrantes em grupos distintos para dividir as cotas da TV. Flamengo, Vasco, Corinthians, Palmeiras e São Paulo têm a maior parte da cota. O Santos, que estava no segundo grupo, juntamente com Atlético-MG, Cruzeiro, Botafogo, Fluminense, Inter e Grêmio, foi "promovido" e passou a formar, sozinho, um grupo intermediário. E essa nova divisão causou o racha na entidade. Bate-Boca - O presidente do Vasco, Eurico Miranda, condenou a atitude dos presidentes do Flamengo, Márcio Braga, do Fluminense, David Fischel, e do Botafogo, Bebeto de Freitas, que se retiraram do Clube dos 13. O dirigente vascaíno não aceitou o argumento apresentado de que a entidade agiu de maneira autoritária para assegurar uma cota maior ao Santos. "Nunca vi chamar de antidemocrática o fato de uma situação ser submetida a uma votação. Como eles vêm dizer que a votação não foi democrática? Que foi dito isto e aquilo?", protestou Eurico. "Se a proposta foi aprovada por maioria, o que eles ainda estão discutindo? Como perderam, podem até ficar falando, menos discordar do processo." Mesmo com as argumentações apresentadas pelo dirigente vascaíno, o presidente do Flamengo reafirmou o desligamento do Clube dos 13. Márcio Braga frisou que a proposta de formação de uma nova liga não foi abandonada e tudo já estaria sendo tratado entre os demais dissidentes. "Que fique claro que não estamos reivindicando nada em termos financeiros. O que não concordamos é com tudo o que aconteceu ontem", afirmou o presidente do Botafogo, Bebeto de Freitas, sobre o fato de o Santos ter sido beneficiado nesta nova divisão. "Foi uma atitude antidemocrática e autoritária. Decidimos não mais admitir essa situação e nos desligarmos do Clube dos 13."

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