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Clubes e CBF: empresas de criptomoedas investem no futebol e expõem nova tendência

Mercado fechou acordos com 14 dos 20 clubes da primeira divisão do Brasileirão, além de patrocinar a Fifa e a Copa do Mundo

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A interação entre empresas de criptomoedas e o universo do futebol está cada vez mais forte. Na Série A do Campeonato Brasileiro, oito clubes já lançaram os seus "Fan Tokens", ativos digitais próprios que promovem acesso exclusivo a prêmios, sorteios, ingressos e produtos licenciados. Outras seis equipes do Brasileirão estabeleceram acordos comerciais com empresas do setor, totalizando 14 agremiações, seja com ativos digitais, patrocínios ou venda de NFTs dos jogadores.

"O mercado de criptoativos está crescendo no futebol. No entanto, os clubes ainda estão entendendo essa nova cultura e passando por um processo de adaptação. O Fortaleza é patrocinado pela empresa Bitci, ativa nesse mercado. Já existe um planejamento para a criação de experiências novas, em que o torcedor vai poder participar de situações diferentes e inusitadas, como a escolha de uniformes para um jogo, uma pintura dentro da estrutura do clube, entre outras decisões que antes eram exclusivas da diretoria. Ainda não fizemos os lançamentos de fantokens, NFTs, mas dentro dos próximos meses existe a possibilidade da criação desses produtos", afirmou Victor Simpson, gerente comercial do Fortaleza.

CBF lançou seu token licenciado em julho do ano passado eos ativos se esgotaram em meia hora, sendo queforam mais de 30 milhões de unidades vendidas Foto: CBF / Divulgação

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Para Sylmara Multini, CEO da IDG (Internacional Digital Group), o mercado de criptoativos deve unir a experiência física à digital. Com sede na Califórnia, a start-up já tem projetos a serem lançados nas áreas do entretenimento, esportes e música para os próximos meses. A empresa é especializada em tecnologia, com foco comercial em NFTs, e tem na cartela clientes como o ex-jogador de vôlei Giba, o ex-piloto Christian Fittipaldi, sobrinho do bicampeão mundial de Fórmula 1 Emerson Fittipaldi e comentarista dos canais ESPN para as corridas da Fórmula Indy, e a Fiba (Federação Internacional de Basquete).

"Ainda há muito espaço no mercado para o crescimento das NFTs. Trabalhar momentos históricos e envolver grandes ídolos é uma das áreas promissoras. A IDG terá um desafio envolvendo essa área em breve, e o objetivo é conectar a experiência física à digital, algo que poucas empresas de cripto estão fazendo de forma efetiva. É preciso elaborar os ativos de forma caprichosa, para que seja algo apreciado por colecionadores ao redor do mundo", explicou a empresária, que já atuou com licenciamento em entretenimento junto a marcas como Warner Bros, Disney e Mattel, e comandou o licenciamento de produtos e lojas dos Jogos do Rio, em 2016.

Outras celebridades como Serena Williams, Aaron Rodgers, Tom Brady, Snoop Dogg, Madonna, Justin Bieber, Drake, Eminem e Paris Hilton também já admitiram publicamente que investem em criptoativos. 

Além dos clubes, o mercado cripto também investiu na principal entidade do futebol nacional. Em julho do ano passado, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) lançou seu token licenciado, que foi um sucesso de vendas. Os ativos se esgotaram em meia hora e foram mais de 30 milhões de unidades vendidas, que geraram um faturamento de R$ 91 milhões aos cofres da instituição. A criptomoeda foi lançada em parceria com a Bitci Technology, que patrocina a seleção brasileira. 

Na opinião do executivo Jorge Avancini, vice-presidente de marketing do Internacional, que disponibilizou fan token aos torcedores no fim do ano passado, o mercado é relativamente novo e ainda gera desconfiança na maior parte da população. "Estamos estudando e avaliando o mercado de forma cuidadosa. O Internacional lançou a NFT, em parceria com a empresa 'Sócios.com', e aos poucos estamos realizando ações para que os torcedores se acostumem com esse novo produto. Apesar das criptomoedas já existirem há quase dez anos, existe ainda desconfiança e insegurança por parte do mercado e dos consumidores", disse Avancini.

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Bruno Maia, especialista em novos negócios no esporte e autor do livro Inovação é o Novo Marketing, garante que é uma questão de tempo para que as pessoas se acostumem com a novidade. "O esporte é uma indústria com ativos digitais, assim como as outras formas de entretenimento. Este processo é uma mudança cultural, algo parecido com o que aconteceu com o desenvolvimento da internet. Na época, explicar o que era um e-mail ou um site causava estranheza nas pessoas e alguns clubes criaram seus sites mais cedo, mas, no final, todos acabaram criando suas plataformas oficiais. Com os ativos, a tendência é que aconteça da mesma forma", pontuou o especialista.

Neymar

Os atletas também estão cada vez mais conectados com o universo cripto. Neymar, astro do Paris Saint Germain e da seleção brasileira, tem na foto de perfil do seu Instagram a imagem de um macaco de chapéu, óculos e smoking. O astro comprou dois NFTs da famosa coleção 'Bored Ape Yacht Club' (BAYC), por R$ 6 milhões, e colocou um deles como foto de perfil. Em sua carteira digital, o atacante tem cerca de 21 NFTs.

Acordos entre empresas de ativos digitais e instituições também são uma tendência do futebol internacional. A Copa do Mundo do Catar terá como patrocinadora a empresa Crypto.com, que estabeleceu parceria com a Fifa (Federação Internacional de Futebol). A empresa será a plataforma oficial de negociação das criptomoedas do evento e irá expor sua marca no torneio mais importante do futebol mundial. 

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"As empresas buscam o mercado esportivo por ser o caminho mais útil de exposição, porque une visibilidade com a paixão esportiva. Porém é importante que, associado a essa imagem, exista uma forma de fazer com que a experiência do torcedor com a nova tecnologia seja a mais amigável possível. Iniciativas como os fan tokens são bem-vindas, mas precisam estar vinculadas ao engajamento dos clubes com a torcida", afirma Bernardo Pontes, especialista em marketing esportivo e sócio da BP Sports.

Confira os clubes da Série A que possuem acordos com empresas de Bitcoin:

  • América-MG: parceria com Sorare (NFT), mas não lançou fan token
  • Atlético-MG: lançou o token $GALO (parceria com o Socios.com) e é parceiro da Sorare (NFT) 
  • Avaí: lançou fan token em parceria com duas empresas britânicas, a SportyCo e a Blackbridge Sports
  • Botafogo: fechou parceria com a Bitci e lançará token em breve
  • Ceará: parceria com a Sorare (NFT), mas não lançou fan token
  • Corinthians: $SCCP (parceria com Socios.com e patrocínio do Mercado Bitcoin) - lançou
  • Coritiba: fechou patrocínio com a Bitci e lançará token em breve
  • Cuiabá: parceria com a Sorare (NFT), mas não lançou fan token
  • Flamengo:lançou o token $MENGO em parceria com a Socios.com 
  • Fortaleza: fechou patrocínio com a Bitci e ainda não anunciou se irá lançar fan token
  • Internacional:lançou o token $SACI em parceria com a Socios.com
  • Palmeiras: lançou o token $VERDÃO em parceria com a Socios.com 
  • Santos: lançou o token SANTOS em parceria com a Binance 
  • São Paulo:lançou o token $SPFC em parceria com a Socios.com

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