Menos badalados que Barcelona e Estudiantes, clubes como o Atlante, do México, e os sul-coreanos do Pohang Steelers esperam frustrar as pretensões dos favoritos no Mundial de Clubes da Fifa. Sem dúvida, o representante mais forte destes cinco times é o Atlante. Vencedor da Liga dos Campeões da Concacaf em cima do rival local Cruz Azul, a pretensão é ficar acima do terceiro lugar do Necaxa na edição de 2000, no Brasil. Fundado em 1916, o clube atualmente sediado no balneário de Cancún tem muita torcida no México. A estreia será dia 12, contra quem sair do duelo entre os anfitriões do Al-Ahli e o Auckland City, da Nova Zelândia. O meio-campo Lucas Silva, que vestiu a camisa do Botafogo até julho deste ano, jogará pelos mexicanos. O brasileiro, revelado no Olaria, foi atuar no futebol mexicano ainda com 17 anos, passando cinco temporadas por lá em equipes de menor expressão como o Dorados, da segunda divisão.
Ele chegou ao Botafogo em meados de 2008 e só ganhou um lugar no time carioca este ano. O meia fez um dos gols na vitória de 3 a 0 sobre o Resende, na decisão da Taça Guanabara (primeiro turno do Carioca).
Outro nome do Atlante, comandado pelo técnico José Guadalupe García, é o argentino Santiago Solari, ex-Milan e Real Madrid, que vai para a quarta disputa de título mundial.
No Pohang Steelers, a maior estrela é o técnico Sérgio Farias, com passagens pelas seleções brasileiras sub-17 e sub-20. Durante cinco anos na equipe, ele tem média de um título por temporada, incluindo a Liga dos Campeões Asiática - que valeu a classificação ao Mundial.
Foi a terceira vez que o Pohang levou o torneio continental, igualando as temporadas de 96/97 e 97/98. O clube, de uniforme rubro-negro, é o asiático que mais vezes levou o torneio continental.
Porém, a hegemonia na Coreia do Sul não deve ser suficiente para atingir patamares mais altos. Outro brasileiro do time está em campo: é o atacante Denílson, de 33 anos e que marcou 14 gols nesta temporada.
Também merecem atenção o atacante macedônio Stevica, o meia Choi Hyo-Jin, da seleção sul-coreana, e o zagueiro Kim Hyung-Il, destaque da defesa.
A estreia é dia 11, contra o Mazembe, do Congo. Quem sair encara o Estudiantes de La Plata na semifinal.
Por sua vez, o Al-Ahli tem a honra de ser primeira equipe dos Emirados Árabes a disputar o Mundial. E o anfitrião espera mostrar o mesmo desempenho que o levou a ser campeão nacional e garantir presença no torneio.
Fundado em 1970 e com cinco títulos do país no currículo, o time deixou de fora da disputa o Al Jazira, do técnico brasileiro Abel Braga - campeão do Mundial de Clubes pelo Internacional, em 2006.
O técnico Mahdi Rehda, que levou os Emirados Árabes às quartas do recente Mundial Sub-20, terá como um dos trunfos o atacante brasileiro Baré, com passagem por clubes como Guarani e Grêmio. O jogador veio do Gamba Osaka, onde foi bem.
Vale ficar de olho também no volante egípcio Hosny Abd Rabo e no atacante Ahmed Khalil, artilheiro e melhor jogador do Campeonato Asiático Sub-19 do ano passado.
O Al-Ahli abre a competição nesta quarta-feira diante do Auckland City, campeão da Oceania, e se vencer encara o Atlante. O Mazembe, da República Democrática do Congo, confirmou vaga como representante do continente africano no próximo Mundial de Clubes da Fifa ao vencer o Heartland, da Nigéria, na final da Liga dos Campeões da África.
O time, fundado por monges beneditinos em 1939, não conquistava a Liga dos Campeões da África desde 1968. A estreia no Mundial será diante do Pohang Steelers.
O Mazembe é a primeira equipe da África Subsaaariana a participar do Mundial, e também escreveu seu nome na história ao ser o primeiro bicampeão da Liga africana. O time foi base da formação do Zaire - como era conhecido o país - que acabou eliminada ainda na primeira fase da Copa de 1974, na Alemanha.
A estrela do time comandado pelo francês Diego Garzitto é o atacante Tresor Mputu Mabi, que já foi comparado ao camaronês Samuel Eto'o pela velocidade.
Completando a relação de participantes está o Auckland City, da Nova Zelândia. O time volta ao torneio, após sua participação na edição de 2006, em busca da primeira vitória.
Mas o objetivo não será nada simples, já que começará diante do anfitrião Al-Ahli - de nome praticamente igual ao Al Ahly, do Egito, que o derrotou na outra vez.
O time já ganhou duas vezes a Liga dos Campeões da Oceania e aposta num esquema compacto, com destaque para o veterano Vicelich, titular da seleção.
Porém, o jogador mais perigoso do clube neozelandês é o sul-africano Keryn Jordan, que superou um câncer no início de 2008. Aos 34 anos, ele marcou cinco dos nove gols nas duas partidas da decisão da Liga da Oceania.
O Auckland se inspira no retorno do país a uma Copa do Mundo para ganhar espaço. Só que, por enquanto, marcar um gol parece um objetivo mais fácil de ser alcançado.