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Clubes paulistas travam disputa por audiência em canais na web

Equipes passam a investir em transmissões ao vivo e produção de vídeo para atrair torcedores

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Por Ciro Campos , Daniel Batista e Matheus Lara
Atualização:

Os clubes paulistas não se preocupam mais apenas com os treinos, adversários, contratações e finanças. Câmera, iluminação, conexão de internet, agenda de entrevistas, edição de vídeo e, principalmente, audiência viraram temas importantes para quem não disputa só campeonatos, mas também a atenção dos torcedores nos respectivos canais de comunicação.

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Equipe de filmagem grava bastidores antes do jogo do São Paulo. Foto: Alex Silva/ Estadão

As transmissões ao vivo por plataformas como YouTube e Facebook se transformaram em grande ferramenta para os times manterem o público informado sobre eventos não transmitidos pela TV. Os clubes também apostam na organização de equipes próprias para produção de vídeos exclusivos como entrevistas, bastidores dos treinos e até documentários.

TV Palmeiras em transmissão de entrevista de Roger Machado Foto: Nilton Fukuda/Estadão

Nos últimos meses dois conteúdos de times paulistas fizeram sucesso na internet. Há dez dias, o Palmeiras fez a segunda transmissão ao vivo de maior audiência no futebol brasileiro no YouTube. O jogo-treino com o Atibaia, em uma tarde de sexta-feira, atraiu média 36 mil espectadores fixos, com 250 mil visualizações ao longo de duas horas de exibição. A maior marca pertence ao clássico Atlético-PR x Coritiba, no ano passado: 360 mil visualizações.

Outro conteúdo recente de sucesso foi feito pelo São Paulo. O clube comemorou bastante a audiência no YouTube com o documentário de 57 minutos sobre o zagueiro Diego Lugano, batizado de Don Diego.

O material estreou em dezembro, com transmissão ao vivo, e já são mais de 180 mil visualizações. O sucesso ajudou o clube a registrar um aumento de 92% nas visualizações de 2016 para 2017 no conteúdo da SPFC TV. O São Paulo também atrai público com bastidores de jogos e entrevistas exclusivas com o elenco.

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Santos e Corinthians não ficam atrás. O time da Vila mantém desde 2009 uma equipe para produção de vídeos. As coletivas são transmitidas ao vivo por YouTube e Facebook. Os bastidores de jogos são os mais vistos. Já o Corinthians aposta em uma estratégia diferente, ao não priorizar plataformas, mas variar o conteúdo de vídeo entre as redes sociais e os mais de 19 milhões seguidores do clube.

LÍDER Na principal plataforma para vídeos, o YouTube, o Palmeiras é quem tem os números mais expressivos. Equipe paulista com mais seguidores, 700 mil, faz em média cinco transmissões ao vivo por semana e publica três vídeos por dia. Cinco pessoas atuam na produção. O canal alviverde no site tem até naming right. As transmissões ao vivo de jogos exigem cuidados extras, como narrador, comentarista e reforço na velocidade da conexão.

ANÁLISE - Ivan Martinho*: 'Os clubes ainda estão no começo nessa área'

Os clubes apostarem nos canais próprios de TV é positivo por dois ângulos. Primeiro, podem criar uma nova receita, pois passam a aproveitar um ativo que não era utilizado. Também é benéfico para aumentar o engajamento com o torcedor, ao oferecer a chance de acompanhar os bastidores. Isso ajuda a expor mais as marcas.

Vejo os times ainda em um ciclo de aprendizagem nesse segmento. É preciso entender o formato, linguagem e tipo de público que frequenta cada uma das plataformas, para diversificar a produção. Os times estão em um estágio anterior, porque ainda não têm tanta estrutura, mas já existe um amadurecimento.

É fundamental o clube ter no contrato dos jogadores a obrigação de participar de entrevistas, de gerar conteúdo. Ter esse tipo de compromisso é tão relevante quanto treinar e jogar.

*Professor de marketing esportivo da ESPM

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