Nos meios artístico e jornalístico corria a lenda, nos anos 70, de que era possível exigir salários astronômicos da Tupi, extinta emissora de televisão, com sede central em São Paulo. A pretensão era imediatamente aceita, sem contestações. Os empregados percebiam logo o motivo para tanta generosidade: no fim do mês passavam no caixa e não recebiam. Algo semelhante ocorre, atualmente, com pés ilustres do futebol nacional. Atletas de nível - muitos de seleção - são atraídos por ofertas milionárias, às vezes em dólares, treinam, viajam, entram em campo, mas o contracheque demora de 60 a 120 dias para chegar. Mesmo assim, em conta-gotas, em suaves parcelas. "A torcida fica mostrando dinheiro para a gente, como se fôssemos mercenários", comenta Vampeta. "Porque não sabe o que estamos passando", choraminga. "Do jeito que as coisas estão, se chacoalharem um real na minha frente, eu pego." Leia mais no Estadão