Colunista convidada: 'Palmeiras tem mais campo para evoluir do que o São Paulo', diz Marcela Rafael

Empate no clássico não foi ruim para nenhum lado, só para quem assistiu ao jogo

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Por Marcela Rafael e jornalista
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Todo começo de ano repito a mesma frase: "Ainda é cedo, amor…" … Ainda é cedo para cravar como será a temporada dos clubes paulistas. Primeiro porque a temporada está contando seus primeiros minutos, e outra porque Estadual não é régua para muita coisa. Mas, aproveito o espaço que o Estadão me dá para seguir com alguns pitacos sobre a temporada 2020. Sim, eu, você e a maioria de todos nós não resistimos a esse exercício de adivinhação.

Por exemplo, já consigo ver alguns desenhos interessantes (printem, tudo bem). E o Choque-Rei de domingo, em Araraquara, colocou mais cores nesse meu exercício. Já tenho uma ideia mais definida do São Paulo do que do Palmeiras. E dá até para colocar uma lógica nessa conclusão.

Marcela Rafael, apresentadora da ESPN Foto: ESPN/Divulgação

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Por já ter visto o Fernando Diniz ano passado com o Tricolor paulista. E indo mais atrás acompanhei o mesmo Diniz no Tricolor carioca. E, antes mesmo, no Audax, fica fácil de ver também um São Paulo versão 2020 animado com a posse de bola. Mas, de novo, com aquela dificuldade para transformar chances em gol. Vejo Fernando Diniz, novamente, tentando e lutando com suas armas, mas sem grandes soluções ofensivas. Pablo não fez tanto. E a troca pelo Pato não mudou em nada a partida (aliás, em campo faz tempo que Pato não muda alguma coisa). Mesmo quando o São Paulo tinha mais a bola, era o Palmeiras que chegava com mais perigo. Seguimos esperando Daniel Alves mais dono do São Paulo. Perdeu a chance do jogo. E ainda espero Hernanes numa volta ao que já foi. No domingo, esteve bem abaixo.

Enquanto vejo o São Paulo com pouca animação, olho para o Palmeiras com mais interrogações. E, talvez por isso, com mais esperança. Não sei se escolheria Luxemburgo para o Verdão, mas vejo movimentos de que algo pode acontecer na temporada com jogadores mais ligados e acreditando no “pojeto”. Lucas Lima a fim de jogo já é um feito gigante do técnico, além de apostas em garotos da base - o que sempre ganha pontos comigo.

A verdade é que o empate no clássico não foi ruim para nenhum lado, só para quem assistiu ao jogo. Mas, acredito que o Palmeiras tem mais campo para evoluir em um intervalo curto de tempo, principalmente se a trave deixar de atrapalhar.

Mas e o Corinthians de Tiago Nunes? O time que desperta tanta curiosidade começou o Paulista vencendo bem. O torcedor esperava um time mais ofensivo com o novo técnico e ele respondeu com muitos gols contra o Botafogo na estreia. Mas, sem ilusões, ainda falta muito.

O tempo ainda é curto. E se a goleada sobre o Botafogo não é para soltar foguete, o jogo contra o Mirassol não é para lançar desconfiança. O time só não perdeu por causa do Cássio (quantas vezes já falamos essa frase?). Mesmo assim, já vi um Boselli mais à vontade por motivos óbvios. O mesmo falo do Ramiro. Alguns jogadores chegarão para ajudar na formação da equipe, como Pedrinho e Cantillo. E o time ainda deve melhorar fisicamente para não cansar tão cedo.

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Como disse no começo do texto, ainda é cedo, torcedor. Mal começaste a conhecer o teu time de 2020. É cedo, mas a gente adora fazer previsões. E vocês podem printar. E se me pedirem de novo para escrever, já digo como vai terminar a temporada.

*MARCELA RAFAEL É APRESENTADORA DA ESPN 

O Estado publica às segundas-feiras colunas escritas por técnicos, ex-jogadores e comentaristas convidados a fazer análises. Leia os textos de Muricy Ramalho e Glenda Kozlowski.

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