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Com 20 mil flamenguistas, Lima tem pagode e invasão brasileira antes da final

Capital peruana recebe torcedores que encararam até conexão aérea nos Estados Unidos para chegar ao local da decisão da Libertadores

Por Omar Paredes
Atualização:

A tranquilidade habitual de Lima mudou repentinamente com a chegada dos torcedores do Flamengo para a final da Copa Libertadores, contra o River Plate, marcada para sábado. Ao som da batucada e do funk urbano carioca, os dias que antecederam a decisão foram uma festa incontrolável. A invasão rubro-negra surpreendeu a todos na capital peruana e contagiou a capital peruana, que assistiu fascinada pela explosão de tanta paixão.

Os mais de 20 mil torcedores que chegaram de avião e pela estrada ao Peru transformaram as ruas do distrito turístico de Miraflores em um epicentro de pagodes pitorescos. Grupos de amigos e famílias incentivados pela aventura vieram de vários estados do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Acre, Tocantins, Paraná e principalmente do Nordeste brasileiro. Embora eles também tenham chegado de terras distantes como a Suíça, os Estados Unidos e até a Austrália. Não há distância quando se trata de amor ao Flamengo.

Torcedores de Cascavel (PR) foram até Lima para ver de perto a final Foto: Omar Paredes/Estadão

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É o caso dos membros da torcida 'Flaozzy', fundada há 8 anos em Sydney, na Austrália, com residentes brasileiros na terra dos cangurus. Apesar da distância e das horas que eles tiveram de viajar, todos não puderam perder esse grande evento. Rafael Ferrari é um dos dez membros que espera celebrar o título no Peru.

"Sempre seguimos o Flamengo no Campeonato Brasileiro, mas estar aqui é uma coisa maravilhosa, nunca tinha visto algo antes como torcedor do Flamengo. Estou certo de que vamos vencer em Lima e já estou vendo os ingressos para a Copa do Mundo de Clubes do Catar", afirmou.

Antônio e Anderson Lima chegaram do Rio de Janeiro, continuando a tradição que começou 29 anos atrás. O pai transmitiu o amor pelo Flamengo desde cedo e eles não deixaram de viver aventuras em cada lugar que eles viajam. Antônio esteve presente na consagração da América em 1981 e Anderson, que só ouviu isso através de histórias, agora pode vivê-lo pessoalmente.

"Essa equipe campeã do Zico foi muito boa. Jogava bola como poucas equipes que me lembro, mas a equipe deste ano também é boa. Tenho muita fé de que faremos o sonho de se tornar campeão novamente e meu filho poderá ver a mesma coisa que vivi há 38 anos", diz o torcedor carioca.

Conexão nos Estados Unidos

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Chegar à capital peruana foi uma verdadeira travessia para algums torcedores que fizeram passeios intercontinentais. É o caso de Igor Ajuz, que não encontrou voos diretos e teve de viajar por mais de um dia para estar presente na grande final. Seu fiel companheiro é um boneco 'Gabigol', um amuleto que está com ele em todos os lugares desde o início da temporada.

 

"Viajei 26 horas para chegar a Lima porque viajei pela primeira vez a Miami, Estados Unidos, para encontrar uma conexão com Lima. Gastei mais de R$ 4 milpara participar dessa partida histórica e tive que pedir uma permissão especial ao meu chefe, que é basco, mas ele entendeu a situação. No entanto, o Flamengo vale todo esse esforço", disse ele com um sorriso.

Apoio corintiano

Branco Oliveira nasceu em Ribeirão Preto e, apesar de ser fanático do Corinthians e carregar orgulhoso o escudo alvinegro pelas ruas de Lima, ele também chegou para torcer pelo Flamengo. O engraçado é que esse paulista de 58 anos, moran na cidade norte-americana de Nova Jersey, fez parte da invasão corintiana no Japão que culminou com o título no Mundial de Clubes, em 2012. Na capital peruana, ele diz que está vivendo um ambiente similar.

Torcedor do Corinthians, Branco Oliveira foi até Lima para torcer pelo Flamengo Foto: Omar Paredes/Estadão

"O fato de ser corintiano e cercado de fanáticos rubronegros é explicado apenas pela paixão pelo futebol brasileiro. Eu vim com meu cunhado que é torcedor do Flamengo e o que é vivido nesse grande evento é único. Estamos incentivando o Brasil, como eu vivi em 2012 con Corinthians, e não importa a cor da camisa que você está vestindo", revelou.

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