RIO - Fosse uma noite de sábado qualquer, um Botafogo e Bahia qualquer, o Engenhão estaria vazio e silencioso. Mas este sábado era dia de os botafoguenses comemorarem a chegada de um novo ídolo. Sim, porque antes mesmo de jogar um minuto sequer Clarence Seedorf já desembarcou ídolo em General Severiano. A partida contra os baianos, pela oitava rodada do Brasileiro, era apenas ocasião para montar a festa para o craque holandês. Tanto melhor que, talvez motivados pelo novo companheiro, o time jogou bem e goleou os visitantes com tranquilidade: 3 a 0.Cerca de 20 mil alvinegros vibraram, portanto, antes de a bola rolar, quando Seedorf vestiu a camisa 10 do clube no centro do gramado, e durante todo o confronto. "Na semana que vem começo a treinar para ajudar o Botafogo a ir para cima", disse Seedorf durante sua apresentação, com um português com sotaque.Dúvida alimentada por Oswaldo de Oliveira durante a semana, Cidinho ganhou a chance e fez o máximo dela ao marcar dois gols. Elkeson, improvisado como homem de referência, com as saídas de Loco Abreu e Herrera, contribuiu com um lindo gol e o Botafogo chegou aos 12 pontos, na sexta posição."É uma felicidade marcar dois gols na minha primeira oportunidade como titular no Brasileiro. Agradeço a confiança do Oswaldo", comemorou o garoto da base, que seria o protagonista da noite não fosse a presença de um astro do futebol mundial.O Bahia não vence o Botafogo há 12 anos. Com a terceira derrota, o time baiano - que jogou de vermelho e branco como se fosse o Arsenal, da Inglaterra - para nos sete pontos.A festa antes do jogo teve um rápido prolongamento aos sete minutos, quando Márcio Azevedo venceu o ex-rubro-negro Kleberson e cruzou. O baixinho Cidinho cabeceou sem marcação para abrir o placar.Daí em diante, a excitação de torcedores e jogadores arrefeceu e o jogo caiu em certo marasmo, só interrompido brevemente quando Antônio Carlos e Souza se desentenderam. O atacante ex-Flamengo deixou o braço no rosto do zagueiro. O árbitro contemporizou com dois amarelos, mas um vermelho ao calvo centroavante não seria exagero.