Com MP, mais provas e investigação, Palmeiras se arma para anular a final do Paulistão

Clube faz trabalho nas bastidores para tentar provar em Tribunal a interferência externa na decisão estadual de 2018

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Por Ciro Campos
Atualização:

O silêncio da diretoria do Palmeiras nos últimos dias ajuda a disfarçar uma grande preparação nos bastidores. O clube está pronto para retomar na próxima semana a briga no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) para provar que houve interferência externa e tentar anular o resultado da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Está marcada para segunda-feira a apresentação do relatório sobre o caso, que agora já tem participação do Ministério Público (MP), empresa de espionagem e de advogados externos.

A partir do relatório a procuradora Priscila Carneiro de Oliveira vai avaliar se oferece denúncia ou dá o assunto como encerrado. Para ambas as hipóteses o Palmeiras está munido de material para continuar a questionar o polêmico pênalti de Ralf em Dudu durante a partida disputada no dia 8.

Marcelo Aparecido de Souza apitou a final entre Palmeiras e Corinthians Foto: Alex Silva/Estadão

Na última quinta-feira, 19, o clube entregou pouco antes do fim do prazo uma nova remessa de material enviado ao TJD. Os novos vídeos se juntam às imagens de televisão já enviadas anteriormente e servem para tentar comprovar que o árbitro Marcelo Aparecido de Souza desmarcou o pênalti depois de receber informação externa, processo proibido pelas regras do futebol.

O dia desta quinta-feira também a entrada do MP no caso. Motivado por uma reclamação protocolada na ouvidoria, o procurador Paulo Castilho solicitou ao TJD o material do inquérito para dar um parecer.

No Palmeiras há o plano de levar a reclamação adiante se a briga no âmbito estadual não prosperar. O pedido de anulação pode ser levado ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) ou ainda a esferas internacionais, como a Fifa.

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O clube contratou também o advogado criminalista José Luis Oliveira Lima. Conhecido como Juca, ele já defendeu clientes como o ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. Fora isso, contratou a maior companhia de investigação corporativa do mundo, a Kroll. 

A companhia americana fundada há 40 anos trabalhou no Brasil a pedido do Congresso Nacional para rastrear as contas do então presidente Fernando Collor. A empresa também foi alvo de investigação da Operação Chacal, deflagrada pela Polícia Federal em 2004, para apurar a suposta espionagem ilegal sobre a Brasil Telecom.

O cuidado do Palmeiras é para evitar que esse empenho nos bastidores prejudique o elenco. O clube tem tentado evitar que o assunto afete os jogadores. Por isso, o tema tem sido tratado com bastante discrição pelo departamento jurídico.

"A gente deixa para o jurídico, presidente e diretoria resolverem. Isso não prejudica, nós temos trabalhar mais para sair com a vitória dos jogos. Esse problema a gente deixa para trás, porque temos de seguir em frente", disse o atacante Keno.

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