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Com Robinho, Santos busca o recorde

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Por Agencia Estado
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A volta de Robinho pode ser importante não só para a conquista do título nacional, mas também para a quebra de um recorde: o de número de gols marcados em um Campeonato Brasileiro. Com 101 gols, o Santos está a apenas um de igualar a marca estabelecida pelo Cruzeiro no ano passado. O time mineiro também era comandado por Vanderlei Luxemburgo. E isso não é uma coincidência. "Os times do Vanderlei são assim, sempre jogam para a frente, procurando o gol o tempo todo", diz o atacante Deivid, autor de 15 dos 102 gols marcados pelo Cruzeiro em 2003. O número 102, aliás, parece perseguir Luxemburgo. Ele, que começou a construir sua fama de treinador ofensivo no início da década de 90, consolidou esse rótulo no Campeonato Paulista de 96, à frente do Palmeiras, que marcou 102 gols em 30 partidas - uma média impressionante de 3,4 gols por jogo, bem maior que a de 2,21 obtida pelo Cruzeiro no ano passado, em 46 partidas. A tática de Vanderlei Luxemburgo em armar ataques avassaladores começa, curiosamente, pela defesa. O mandamento número 1 é o básico: defender-se sempre em bloco, para roubar a bola e, então, partir para o contra-ataque. "O Vanderlei pede que a gente ocupe a maior quantidade de espaço possível, tentando neutralizar o adversário, e depois sair em direção ao gol", revela Deivid. "E o que é impressionante é que ele sabe falar com os jogadores, sabe trabalhar com a cabeça dos jogadores. E isso nem sempre é fácil", emenda o volante Preto Casagrande. Preto atua no "losango" que Luxemburgo gosta de armar no meio-de-campo de seus times. No Santos, Preto fica pela direita, Ricardinho pela esquerda, Fabinho se posiciona à frente da zaga e Elano bem próximo aos atacantes, entrando pelo meio da zaga adversária. Foi assim que Elano marcou o primeiro gol do Santos na vitória por 3 a 0 sobre o São Caetano. No ataque, o treinador pede que seus dois laterais nunca avancem ao mesmo tempo. Um sempre fica ao lado dos zagueiros, para compor a defesa. Quando assumiu, Luxemburgo teve muito trabalho com o lateral-esquerdo Léo, condicionado a sempre atacar bastante com o técnico anterior, Emerson Leão. "O Léo precisa entender que a primeira função de um lateral é defender, e só depois atacar." O outro lateral, Paulo César, teve menos trabalho, pois já havia jogado na Europa (no Paris Saint-Germain, da França), onde os laterais pouco avançam. Para enfrentar retrancas, Luxemburgo orienta seus jogadores no sentido de que valorizem ao máximo a posse de bola, trocando passes à frente da defesa adversária. É comum, em suas equipes, os passes de pé em pé, às vezes, até mais de um minuto, sem que o adversário toque na bola. E assim vai, até ser encontrada uma brecha na defesa adversária e sair o gol. Ao saber que o Santos não poderia mais mandar seus jogos na Vila, Luxemburgo pediu à diretoria que as partidas fossem no Teixeirão (Estádio Benedito Teixeira), em São José do Rio Preto. "Sua peculiaridade é ter campo curto, mas ao mesmo tempo largo. Isso cria dificuldades para os adversários se defenderem, já que sempre é possível entrar pelas laterais." Luxemburgo se sente orgulhoso não apenas pelo número de gols marcados por suas equipes, mas também pela maneira como lida com os atletas. "Cada um tem seu perfil técnico, tático e físico. É preciso estar sempre atento a isso, para poder usá-los da melhor maneira. Mesmo contra a vontade do jogador, que às vezes acha que rende mais em outra posição."

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