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Come-Fogo agita Ribeirão outra vez

Por Agencia Estado
Atualização:

O Come-Fogo vai agitar novamente Ribeirão Preto, agora na Série A-2 do Campeonato Paulista. Comercial e Botafogo querem esquecer os últimos fiascos e vexames e aproveitar a chance de dar a volta por cima. E nada melhor do que vencer o grande rival no clássico da cidade. Haverá dois na fase de classificação, um no próximo sábado (20h45, com transmissão ao vivo da ESPN Brasil) e outro no dia 21 de março. "Será uma guerra de nervos, um grande jogo, com ansiedade, mistério, cautela", avisa o técnico do Comercial, Carlos Rabelo. "O estímulo será ainda maior que na Série C do Campeonato Brasileiro do ano passado, porque o Paulistão tem mais bairrismo, está nas próprias raízes dos times", compara Roberto Fonseca, treinador do Botafogo. A vantagem de Fonseca é que ele enfrentou o Comercial duas vezes em 2003 (empate por 1 a 1 e vitória por 1 a 0) e seu time-base foi mantido. Rabelo sequer assistiu a um Come-Fogo e poucos jogadores estavam no elenco de 2003. "Vamos nos precaver ao máximo, porque existe a crendice de que o clássico é mais importante do que o campeonato", comenta Rabelo. Ele considera que o confronto perdeu um pouco do charme devido à separação dos times em divisões diferentes a partir de 1986, mas não esconde a ansiedade para a estréia. "A torcida comercialina quer quebrar o tabu. Espero reverter a situação." O Comercial venceu pela última vez em 1995, no estádio do rival, por 1 a 0, com gol de pênalti no final da partida. "A rivalidade é histórica e acirrada. Mesmo quem não disputou esse clássico, entra no clima", analisa Fonseca, que comemorou a vitória de 2003 como um adolescente assim que o árbitro apitou o final do jogo. Parecia uma comemoração de título, mas era fase inicial da Série C do Brasileiro. Os jogadores vivem a mesma expectativa. O mais antigo a disputar um Come-Fogo é o atacante Esídio, que volta a defender o Botafogo, assim como fez em 1994, quando disputou dois clássicos, vencendo um e empatando outro - na época era conhecido como Zé Eduardo. Portador do vírus HIV, o que não o impede de exercer a profissão, ele está louco para jogar. "O trabalho será dobrado para estar no grupo, como titular ou no banco." "Estou doido para chegar logo esse jogo", diz o meia Ricardo, do Botafogo, um dos estreantes no Come-Fogo. "Quero ver se é do jeito que falam mesmo." Marcos Dias, autor dos dois gols do Botafogo nos confrontos do ano passado, já passou da fase do frio na barriga. "Vou entrar tranqüilo." O atacante Éder, que marcou os dois gols do Comercial na vitória por 2 a 1 no Come-Fogo da Copa São Paulo de Juniores, espera ter a mesma sorte no profissional. "Pretendo repetir a dose, mas será um jogo de muita cautela." O também atacante Rômulo, estreante no clássico, está confiante. "Pela torcida, ninguém aqui quer perder. E sabemos que se ganharmos do rival, mudará tudo." E o volante Peribé, outro que só conhece a rivalidade pelos relatos, diz: "Percebe-se que a cidade pára nessa semana."

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