Comemoração extravagante é parte do Corinthians x Palmeiras

Viola é o pioneiro na provocação ao adversário por um gol no clássico, que já teve também Paulo Nunes

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Por Milton Pazzi Jr
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O 'choro' do meio-campista chileno Valdivia neste domingo pelo Palmeiras é mais uma que entra para a lista de comemorações que entraram para a história do clássico contra o Corinthians. Nos últimos 20 anos, jogadores se destacaram ao garantir a vitória para sua equipe no jogo e criaram uma identidade com seus torcedores pela comemoração extravagante, pelo desabafo, e, porque não, pela provocação. Veja também:  Você acha que Valdívia exagerou na comemoração?  Valdívia diz que 'chorou' de alegria pelo Palmeiras Até os anos 90, as comemorações variavam de socos no ar - imitando Pelé -, a abraços nos companheiros ou idas aos alambrados para vibrar com os torcedores, ou, no máximo, com o dedo em riste na boca, pedir aos torcedores que ficassem quietos. Com Viola, pelo Corinthians em 1993, e suas coreografias, o momento ganhou notoriedade. PORCO Foi naquele ano que ele fez a coreografia na comemoração que pode ser considerada a mais provocativa do clássico - talvez, até do futebol brasileiro - ao imitar um porco na linha fundo quando marcou, aos 12 minutos do primeiro tempo, o gol da vitória corintiana por 1 a 0 no primeiro jogo da final do Paulistão. Depois, teve de ver o time alviverde reagir e faturar o título com uma goleada no jogo seguinte. Quando mudou de Parque, em 1996, prometeu se redimir. Até fez gol no primeiro clássico contra o time alvinegro (2 a 2, em 23 de outubro daquele ano), e comemorou batendo os braços abertos, como um gavião, mas a comemoração não teve o mesmo valor. Tanto que são poucos os que se lembram. MÁSCARA Depois, entre 1999 e 2000, anos em que os dois times voltaram a travar grandes disputas por títulos, todos ficaram atentos a Paulo Nunes. O atacante palmeirense também imitou o gavião, fez um samurai, e comemorou de máscara um gol no clássico (por dizerem que era 'mascarado'). Tudo terminou em briga, na final do Paulistão, envolvendo Edilson. A comemoração que, talvez, rivalize com a de Viola seja a de Marcos. Nem tanto pelo mergulho no campo do Morumbi, mas pelo resultado dela: a vitória palmeirense, nos pênaltis, que tirou os corintianos da semifinal da Copa Libertadores de 2000 - quando o goleiro pegou o pênalti de Marcelinho. Por um bom tempo os torcedores palmeirenses também deram seus mergulhos. Agora, com Valdívia e seu choro, fica aquele sentimento de alegria para os palmeirenses, tristeza para os corintianos. Todos aguardam pela revanche. O problema só é quando ela acontecerá. Possivelmente, só em 2009, pois os times só voltam a se enfrentar se chegarem às semifinais ou finais do Estadual ou em caso de uma final de Copa do Brasil. E, até lá, os personagens e a criatividade poderão ser outros.  

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