Comissão de Arbitragem da CBF vê exagero nas críticas

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Por Silvio Barsetti
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As recentes polêmicas de arbitragem em jogos do Brasileirão são pontuais, na avaliação do presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa. Ele reforça que a cada fim de semana "são quase 60 jogos" que passam pelo crivo da comissão, incluindo as quatro divisões nacionais, e que os problemas são numericamente pequenos. "Somos responsáveis por uma ''Copa do Mundo'' a cada sexta, sábado e domingo", explicou.O próprio presidente da CBF, José Maria Marin, tem demonstrado preocupação com o nível da arbitragem no futebol brasileiro. "Obviamente que não estamos contentes. Eu não posso dizer que estou satisfeito. Precisamos melhorar", chegou a dizer o dirigente, nesta terça-feira, em Zurique, na Suíça.Sérgio Corrêa acredita numa "dimensão exagerada" de críticas ao trabalho dos árbitros, embora admita falhas. "Somos o patinho feio da história. Tudo é culpa dos árbitros. Não é assim. Temos analisado com critérios lances controversos e quase sempre constatamos que a arbitragem agiu corretamente", afirmou.Como exemplo, citou os dois pênaltis a favor do Corinthians no clássico de domingo com o São Paulo e as três expulsões de jogadores do Botafogo em partida da semana passada contra o Bahia. "Analisamos, com nossos instrutores, e vimos que foram tomadas as decisões acertadas", defendeu Sérgio Corrêa.Ele disse que a orientação da Fifa, desde 2013, para diferenciar "bola na mão" e "mão na bola" ainda está em fase de maturação. Ressaltou que o texto da regra não foi alterado. "Houve uma ampliação do entendimento do que pode ser considerado infração ou não nesse caso", contou. E atribuiu alguma hesitação em árbitros mais jovens em caracterizar como faltosos lances similares. "Estamos numa fase de adaptação, o árbitro tem uma cultura, uma interpretação, e isso demanda algum tempo. É a mesma situação de quando houve as mudanças no recuo de bola para o goleiro. O conceito demorou a ser assimilado."Para ele, "há um barulho" em excesso am algumas partidas por causa da pressão de jogadores mais experientes em árbitros novos. "Alguns atletas se aproveitam, e tentam obter vantagem. Quando encontram árbitros mais cascudos, não têm essa coragem", afirmou Sérgio Corrêa.O dirigente ainda declarou que daria nota 7 à arbitragem brasileira atualmente, destacando que 20 ex-árbitros, hoje instrutores da CBF, avaliaram a atuação de seus pares na Copa do Mundo deste ano com uma nota inferior: 6,5. "Estamos num processo permanente de aprimoramento. Só neste ano a CBF promoveu 82 cursos de arbitragem em todo o Brasil, atendendo às 27 federações estaduais", revelou Sérgio Corrêa.

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