O órgão responsável pela aviação na Bolívia divulgou uma nota oficial nesta quinta-feira em que suspende imediatamente os serviços prestados pela companhia aérea LaMia. A empresa boliviana foi contratada pela Chapecoense para transportar a equipe de Santa Cruz de la Sierra a Medellín, na Colômbia. O acidente acabou provocando a morte de 71 passageiros e outros seis ficaram feridos.
"A Direção-Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) informou que pela Resolução Administrativa N ° 716 datada de 29 de novembro de 2016, ordenou a suspensão imediata do Certificado de Operador Aéreo (COA) Nº DGAC-DSO-AOC-Operador Aéreo OPS COA-119-01-002 e licença operacional concedida à Companhia "LAMIA CORPORATIÓN SRL", em reconhecimento das competências previstas no Decreto Supremo 28478, artigo 14, Seção 5 e na Lei 2902, artigo 123, itens a) e h).
A Autoridade de Aviação Civil dará declarações oficiais periodicamente."
O voo fretado na Bolívia deveria realizar um reabastecimento antes de seguir rumo a Medellín. O plano de voo entregue por Álex Quispe - um dos sete tripulantes que estavam no avião - recebeu ao menos cinco observações feitas por Celia Castedo Monasterio, funcionária da Aasana, responsável pela revisão de todos os planos de voo do Aeroporto Internacional de Viru Viru. A encarregada indicou que a autonomia do voo não era adequada, que faltava um plano de voo alternativo e que o informativo foi mal preenchido, exigindo algumas mudanças.
Para ter autorização de voo na Bolívia, é necessário ter combustível suficiente para cumprir a viagem até o destino final, para chegar até um aeroporto auxiliar mais próximo do destino e ainda ter condições de sobrevoar 45 minutos sobre esse segundo aeroporto.
SEGUNDA VEZ No dia 22 de agosto, a mesma aeronave da LaMia fez a viagem de Santa Cruz de la Sierra para Medellín pela primeira vez. Porém, o fato é que desta vez parou para reabastecer, como deveria ter sido feito no transporte da equipe da Chapecoense. Na ocasião, a pausa foi feita na cidade de Cobija, na Bolívia, e chegou com segurança na Colômbia, como previsto no protocolo. Houve ainda três vezes em que o avião pousou em Medellín. Em duas delas, o voo partiu de Assunção, no Paraguai, e parou em Cobija para reabastecer.
MUDANÇAS O Ministro de Obras Públicas da Bolívia, Milton Claros, instruiu a mudança de executivos da DGAC (Direção-Geral de Aviação Civil) após o acidente com o avião da LaMia. O ministro ainda informou que uma investigação completa sobre o fato será feita. Sobre as informações referidas nas observações antes de partir do aeroporto de Viru Viru, a autoridade disse que ainda não é possível estabelecer responsabilidades e que inquéritos irão determinar isso.