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Concacaf já investe mais que Conmebol

Clubes da América do Norte superam os do continente sul-americano em gastos e reforços e mostram nova tendência

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Por Jamil Chade e correspondente em Genebra
Atualização:

Pela primeira vez na história, os clubes da América do Norte superaram os sul-americanos em gastos e movimentação em reforços. Segundo observadores na Fifa, os dados, de 2015, são um sinal claro da mudança no epicentro do futebol das Américas, numa transformação na lógica regional que pode se aprofundar nos próximos anos. 

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O crescimento dos investimentos é parte de um plano ambicioso, principalmente dos Estados Unidos. O país pretende sediar a Copa de 2026 e desenvolver o futebol interno.

Números levantados pela Fifa e obtidos com exclusividade pelo Estado apontam que, em 2011, os clubes do continente norte-americano gastaram US$ 21,5 milhões (cerca de R$ 67,8 milhões) para trazer novos reforços. Em 2014, o valor já havia atingido US$ 109,8 milhões (R$ 346,5 milhões). Mas, no ano passado, a expansão chegou a US$ 118,5 milhões (R$ 374 milhões), aumento total de 451%. 

O brasileiro Kaká é um dos destaquesdo Orlando City Foto: USA Today

Entre os jogadores mais cobiçados pela América do Norte, estão os do Cone Sul, transformando o “sonho americano” em possibilidade real para dezenas deles. Hoje, o futebol sul-americano fornece 59% dos estrangeiros que desembarcam nos EUA, México e Canadá.

Na América do Sul, a tendência tem sido inversa. Entre 2011 e 2015, a queda no número de transferências internacionais foi de 12%. Os clubes, que gastaram US$ 130,6 milhões (R$ 412 milhões) em 2011, reduziram seus gastos para US$ 99 milhões (R$ 312,4 milhões) ano passado e foram superados pelos “irmãos do norte”. Grande parte das compras feita pelos sul-americanos foram de jogadores da mesma região. 

Juntas, as Américas respondem a 23,8% das transferências internacionais. Os lucros dos clubes sul-americanos com a venda de jogadores continuam superiores aos do norte. Mas as agremiações do hemisfério norte querem se transformar em polos de atração para craques e, assim, reforçar suas marcas.