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Congresso da Fifa aprova cota para estrangeiros em clubes

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Por OSSIAN SHINE
Atualização:

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, conseguiu nesta sexta-feira uma expressiva aprovação do congresso da entidade à sua proposta de limitar a presença de jogadores estrangeiros em times profissionais de futebol. A proposta foi aprovada por 155 votos a favor e cinco contra, com 40 abstenções. O resultado mantém Blatter em rota de colisão com a União Européia, segundo a qual as restrições contrariam o direito à livre movimentação de trabalhadores dentro do bloco. A resolução aprovada no congresso da Fifa pede que Blatter e o presidente da Uefa -- entidade que dirige o futebol europeu --, Michel Platini, "continuem a explorar para a Europa todos os meios possíveis dentro dos limites da lei para garantir que esses cruciais objetivos esportivos sejam alcançados." Blatter comemorou o resultado da proposta "6+5", que prevê a presença em campo de apenas cinco jogadores estrangeiros por equipe, ao lado de seis atletas que possam defender a seleção do país de seu clube. "Foi uma maioria esmagadora, um apoio esmagador", disse ele, sorrindo, numa entrevista coletiva. "Tenho certeza de que dará certo, estou muito confiante." "Estão dizendo (na UE) que isso é ilegal. Para quê, para quem e quando? E, se há uma lei, vocês sabem que uma lei pode ser emendada ou alterada", sugeriu ele. Blatter disse que o Tratado de Lisboa, a ser ratificado em 1o de janeiro próximo, permitiria que a União Européia reconheça o esporte profissional como um caso especial. Platini disse apoiar plenamente a idéia de Blatter. "É uma questão espinhosa. A Europa não está numa posição confortável, mas faremos o que pudermos para ajudar a Fifa a alcançar esse objetivo", disse ele aos 200 participantes do congresso. "Compartilho plenamente da filosofia e dos objetivos da regra." O ex-jogador alemão Franz Beckenbauer, presidente do Comitê de Futebol da Fifa, também apoiou as quotas para estrangeiros. "A Inglaterra -- talvez seja injusto, mas é assim -- é o exemplo mais conhecido da presença estrangeira nos times. Três times ingleses nas semifinais da Liga dos Campeões -- Manchester United e Chelsea na final, uma partida extraordinária", comentou ele. "Mas aí, após a partida, todos lamentaram uma só coisa: a Inglaterra não estará representada na Eurocopa. Há uma razão para isso", afirmou o ex-craque alemão, sugerindo que o excesso de estrangeiros nos times não estimula a formação de bons jogadores locais, que formariam uma seleção forte.

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