Conmebol cria protocolo e permite público nos estádios da Libertadores e Sul-Americana

Segundo a entidade, legislação de cada país vai decidir o retorno dos torcedores

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Por Redação
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Neste domingo, a Conmebol autorizou o retorno da torcida às arquibancadas a partir das oitavas de final da Libertadores e da Sul-Americana. Os jogos eliminatórios começam na próxima terça-feira. De acordo com comunicado da entidade, as cidades que receberem os confrontos terão de compactuar com o acordo seguindo os protocolos sanitários vigentes em cada país.

"O retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano", disse a Confederação Sul-Americana de Futebol. No último sábado, a Argentina venceu o Brasil pela final da Copa América com a presença de aproximadamente 1,6 mil torcedores. A liberação veio da Prefeitura do Rio de Janeiro, que cedeu à pressão da Conmebol e permitiu a entrada dos espectadores no Maracanã. 

Maracanã foi parcialmente liberado para presença de público na decisão da Copa América. Foto: Wilton Junior/ Estadão Conteúdo

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No total, nove países vão receber a fase que reúne 32 times, considerando as duas competições. São eles: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela. Atlético-MG, Fluminense, São Paulo, Palmeiras, Flamengo e Internacional são os brasileiros vivos na Libertadores. Já Grêmio, Athletico-PR, Red Bull Bragantino e Santos são os representantes na Sul-Americana.

No ano passado, a Conmebol criou uma medida semelhante que permitiu a entrada de 2.500 convidados na final única da Libertadores entre Santos e Palmeiras. Embora tenha enfatizado que cumpriria um protocolo rigoroso, que obrigava os participantes a apresentarem um teste PCR negativo para entrar no estádio, o que se viu no Maracanã foi algo totalmente diferente. 

As recomendações de se usar constantemente a máscara, manter distanciamento de 2 metros e permanecer no lugar designado não foram respeitadas pelos torcedores. Apenas o setor oeste inferior do estádio foi aberto ao público, mas aglomerações foram registradas durante a partida. Naquele momento, mais de 220 mil vidas haviam sido perdidas no Brasil em decorrência da covid-19. Hoje, quase seis meses depois, já são 533 mil mortes em todo país. 

No caso da Copa América, a entidade havia anunciado no final de maio que a Colômbia não seria mais uma das sedes da competição, já que momentos de instabilidade social marcavam o território colombiano. Depois, há poucos dias do início do torneio, a Argentina deixou de ser anfitriã da competição por causa do aumento de casos de covid-19 por lá. 

A Conmebol iniciou então uma procura por interessados em receber os jogos e encontrou o Brasil, que com o aval da CBF, Confederação Brasileira de Futebol, e do presidente Jair Bolsonaro, se tornou sede do campeonato continental. Infectologistas alertaram para o risco de se ter um evento desse tamanho em meio à pandemia, mas os avisos foram ignorados pelas autoridades.

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Um protocolo de saúde foi criado para auxiliar as autoridades nacionais, como pode ser visto no comunicado da confederação abaixo. Nele, há uma série de recomendações. "A Confederação Sul-Americana de Futebol dá a conhecer o "Protocolo de Recomendações para o Retorno do Público nos Estádios" nos jogos da Conmebol Libertadores e da Conmebol Sul-Americana 2021, a partir das oitavas de final. Estabelece uma série de recomendações que devem ser discutidas com as autoridades sanitárias de cada país para sua aplicação e/ou modificação. A Conmebol considera que o retorno gradual do público é essencial para o desenvolvimento do futebol sul-americano, razão pela qual, se as autoridades nacionais o permitirem, o retorno ao público é autorizado nas referidas competições."

No Brasil, as autoridades ainda não liberaram a volta do torcedor. Na final da Copa América, sábado, entre Brasil e Argentina, vencida pelo time de Messi por 1 a 0, o prefeito Eduardo Paes liberou 10% da capacidade do Maracanã. Fez isso em combinaçção com a secretaria de saúde do Rio. Ele disse ainda que a iniciativa era também um evento-teste para a volta do normal antes da pandemia.