Conquista da Taça Rio foi elogiada, mas torneio criticado

Apesar da alegria pelo título do Palmeiras, jornais da época criticaram aspectos financeiro e técnico da competição realizada em São Paulo e no Rio de Janeiro

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Por Agencia Estado
Atualização:

A qualidade técnica da Taça Rio de 1951 foi bastante questionada pela imprensa esportiva da época, através de artigos e matérias nos jornais, ao contrário do dossiê que a direção do Palmeiras entregou à Fifa, apontando somente aspectos positivos do torneio. Nas edições de O Estado de S. Paulo do período da disputa, vários pontos foram levantados sobre a eficiência da competição. Na análise feita na coluna "A semana esportiva", do dia 26 de julho de 1951, na página 10, logo depois de encerrada a competição, está escrito que o torneio "(...) não logrou alcançar, como prevíamos desde que a CBD cogitou sua realização, êxito técnico e financeiro, ainda que tenha sido compensador, esteve sem dúvida alguma bem longe do desejado, ou melhor, do esperado pelos organizadores". Ainda mais abaixo, são analisados pontos técnicos dos times: "Quem quer que tenha acompanhado com interesse e isenção de ânimo a marcha do certame, há de reconhecer forçosamente que os quadros estrangeiros, sem exceção de um sequer, nada revelaram de extraordinário. (...) Tecnicamente, são comparáveis aos quadros regulares da nossa Primeira Divisão de profissionais (...)" Já no dia da conquista do troféu, com o título "O Palmeiras conquistou a taça ´Cidade do Rio de Janeiro´", (edição do dia 24 de julho de 1951, página 8) a análise da conquista pede menos euforia: "Mas, de qualquer modo, não se pode deixar de dar grande valor ao feito dos paulistas, mesmo porque obtiveram o título depois de considerado perdido para eles. Vale, ainda, acentuar que foi este o primeiro título expressivo de campeão conquistado por um quadro brasileiro, num torneio de que participaram quadros representativos de cinco países europeus, além de dois quadros brasileiros e do Nacional, do Uruguai. Feito de muito valor, repetimos, mas que, nem por isso, justifica os excessos ridículos que andam por aí, entre os quais, este de mandar a bola do jogo para um museu. É, para usarmos de expressão popular, de se tirar o chapéu..."

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