Contradição evidencia disputa no Corinthians

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Por Agencia Estado
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De um lado, estava o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, com declarações categóricas. "Estão encerradas as contratações. Agora vamos esperar o Campeonato Paulista para que a comissão técnica analise o grupo e, depois, estudaremos se é necessário trazer mais alguém." Bem próximo dali, na beira do gramado da Fazendinha, questão de cinco metros, o diretor-técnico Roberto Rivellino tinha um discurso completamente diferente. "Não está nada fechado. Nem o início da pré-temporada (na próxima terça-feira) vai impedir que contratemos mais jogadores." A cada ocasião na qual os cartolas corintianos ficam expostos à mídia, nota-se que aumenta o desentrosamento entre os discursos. Esse episódio narrado acima ocorreu na quarta-feira, durante a apresentação do Pacotão 2, com a chegada dos reforços do goleiro Fábio Costa e dos atacantes Régis Pitbull e Marcelo Ramos. E por trás de tudo isso está a briga política que promete agitar o Parque São Jorge em ano de eleição. Ansiosos por ganhar espaço, projeção e, conseqüentemente, prestígio, os diversos diretores corintianos se acotovelam em funções que, muitas vezes, nem precisariam existir na prática. Já Dualib se contorce para atender às solicitações e, dessa forma, manter sua base de aliados. Em outras palavras, a diretoria está loteada. O resultado é simples: muita gente envolvida no processo decisório e uma dificuldade cada vez maior de alinhar o discurso. Daí a explicação para a relutância dos dirigentes em comentar o andamento das negociações. O velho chavão de que "declarações poderiam atrapalhar o desfecho das conversas" foi puro paliativo. Rivellino 1 x 0 Dualib - E o mais curioso foi constatar que entre o presidente e o diretor-técnico, o segundo está certo. Não é segredo para ninguém que o Corinthians ainda negocia com outros atletas. "As conversas com o Leandrão estão bastante adiantadas. Se ele não fechar com o futebol coreano, deve mesmo vir para o Corinthians", garantiu Rivellino. E em Santo André, é dado como certo que o volante Careca estará no Parque São Jorge na próxima semana. Os dirigentes estudam agora maneira de trazer o lateral-esquerdo Lúcio. Dizem que aguardam a conclusão da negociação dele com o Palmeiras. Mas, na verdade, o problema é outro. Ele está no meio de uma confusão por causa de seus direitos econômicos, que estão divididos entre ele, o Ituano (leia-se Oliveira Júnior) e Juan Figer. Como não recebeu os 15% quando os dois empresários adquiriram parte dos direitos, o jogador não quis se reapresentar em Itu.

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