Publicidade

'Copa América servirá de referência para Eliminatórias'

Sorteio dos grupos do torneio será realizado nesta segunda-feira em Viña del Mar, no Chile

PUBLICIDADE

Foto do author Raphael Ramos
Por Raphael Ramos
Atualização:

O pontapé inicial da Copa América de 2015 será dado nesta segunda-feira, com o sorteio dos grupos. O evento é considerado o terceiro mais importante do torneio, atrás da apenas da abertura e da final, devido à presença dos presidentes de federações e da imprensa mundial. Por isso, a Federação Chilena de Futebol preparou um cenário de gala em Viña del Mar para tentar mostrar que o país é capaz de organizar um torneio de alto nível, dentro e fora do campo.

PUBLICIDADE

As dúvidas sobre a capacidade dos chilenos de sediar a Copa América surgiram depois que o Comitê Organizador Local solicitou à Conmebol o adiamento do sorteio das chaves de 27 de outubro para hoje. Os dirigentes pediram mais tempo para definir a situação do estádio Ester Roa, em Concepción, que está com as obras atrasadas. Nesta entrevista ao Estado, o presidente da Federação Chilena de Futebol, Sergio Jadue, mostra otimismo com o torneio.

O sorteio dos grupos é considerado por muitos como o terceiro maior evento da Copa América, atrás apenas da abertura e da final, devido à presença dos presidentes de federações e da imprensa mundial. Como o Chile está se preparando para este evento?O grupo de trabalho da Copa América passou vários meses planejando e trabalhando no sorteio desta segunda-feira. Decidimos fazê-lo em Viña del Mar, que é o cenário mais importante e emblemática do nosso país e recebe grandes shows ao longo do ano. A realização do sorteio exigiu um grande orçamento equivalente a um evento desta magnitude. Com o sorteio, o Chile se abre para o resto do continente e o mundo. Temos certeza que será um sucesso e daremos o pontapé inicial para o torneio da melhor forma possível.

Jadue (esq.) tem apenas 35 anos Foto: Clayton de Souza/Estadão

A Copa América será transmitida ao vivo para mais de 80 canais de TV em mais de 200 países. Para o Chile, o torneio é uma oportunidade de mostrar o país e a América do Sul ao mundo?Com certeza. A Copa América será uma plataforma não apenas para mostrar as virtudes futebolísticas das nossas seleções, mas também o nível de desenvolvimento e organização do Chile. É por isso que, desde o início, a organização do torneio tem feito uma série de discussões com várias entidades governamentais para coordenar todas as medidas necessárias para receber milhares de turistas de todo o mundo e mostrar o nosso país. Também é necessário que todos os chilenos participem ativamente da Copa América nas suas cidades, afinal eles serão os donos da casa.

Em 2011, na Argentina, a Copa América atraiu mais de 700 mil torcedores aos estádios em seus 26 jogos. Qual é a expectativa do público para 2015?Nós estamos muito esperançosos com relação ao público. Nos primeiros dias de venda de ingressos, mais de 120 mil bilhetes foram vendidos, e ainda estamos a mais de sete meses do início do torneio e os grupos nem foram sorteados. Apesar de alguns dos nossos estádios serem menores do que os que receberam a Copa América na Argentina há quatro anos, esperamos ter uma quantidade similar de torcedores.

A campanha no Chile na última Copa do Mundo, quando venceu na Espanha na primeira fase e foi eliminada pelo Brasil nos pênaltis, estimula o público chileno para a Copa América?O público chileno é muito fiel à nossa seleção. Nas Eliminatórias, o Chile é sempre a equipe que leva mais pessoas a seus jogos em casa. O nível que apresentamos na Copa do Mundo é um importante estímulo para atrair ainda mais fãs e, por isso, não tenho nenhuma dúvida de que os chilenos vão encher os estádios durante a Copa América.

Qual é a sua avaliação sobre o trabalho do técnico Jorge Sampaoli? Antes da Copa do Mundo no Brasil, o contrato foi renovado até 2018.É um luxo ter Sampaoli à frente da nossa seleção. Ele é um grande trabalhador, que não deixa nenhum detalhe ao acaso e tem um grande gerenciamento do grupo. Sampaoli combina perfeitamente as qualidades que, para mim, um treinador precisa ter: capacidade de liderar um grupo de trabalho e grande capacidade futebolística. Sampaoli também representa um estilo de jogo que sintetiza o sentimento dos chilenos, que é sempre ser protagonista à base de talento e esforço, independentemente do local e contra quem se joga.

Publicidade

Você concorda com a visão de que o desempenho das equipes na Copa América pode ser crucial para as Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018?Não há dúvida de que a Copa América servirá de referência para se projetar como serão as Eliminatórias, especialmente na primeira parte. As Eliminatórias começam logo depois do final da Copa América e ainda vão estar frescas as memórias do torneio.

A Copa do Mundo no Brasil foi marcada pela presença dos torcedores na América Latina em grande número nos estádios. Podemos ter algo semelhante na Copa América?Nosso objetivo é ter estádios cheios em todos os jogos e acredito que teremos êxito pelo balanço dos primeiros dias de comercialização de ingressos. No que diz respeito aos espectadores estrangeiros, em janeiro, teremos uma estimativa melhor com a venda de entradas para quem quiser acompanhar cada uma das equipes. É preciso considerar também que os torcedores chilenos são um dos mais fiéis do mundo e corresponderam a uma porcentagem significativa dos visitantes na Copa América de 2011 na Argentina e no Mundial do Brasil e agora esse movimento vai ser interno.

Como são as obras nos estádios da Copa América?A grande maioria dos estádios que sediarão a Copa América ou estão sendo construídos para a torneio ou estão sendo reformados. Neste sentido, temos tido um apoio substancial do governo, que nos permitirá sediar a competição com instalações nos mais altos padrões. Temos dado grande ênfase no trabalho, considerando a grande quantidade de meios de comunicação que vão cobrir o evento, a necessidade de acesso rápido, entre outros aspectos.

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

O estádio Esther Roa, em Concepción, foi o último que teve confirmada a sua participação e não terá jogos da fase de grupos. Restando sete meses para o início da Copa América, há preocupação com este estádio?A organização tem acompanhado de perto a questão da construção do Estádio Ester Roa de Concepción. Estamos em contato constante com o governo e com o município, e até o momento todos os prazos foram cumpridas. No entanto, é muito importante que o ritmo de trabalho não diminua. Nossa intenção sempre foi que Concepción receba a Copa América, e temos feito tudo o que está ao nosso alcance para que isso aconteça.

Os convites feitos a Jamaica e México para participar da Copa América é uma indicação de que Conmebol e Concacaf podem se unir e formar uma única confederação, como disse o Julio Grondona, ex-presidente da Associação Argentina de Futebol (AFA), durante a Copa do Mundo?Entre as duas confederações constantemente fazemos parcerias esportivas e políticas, como, por exemplo, a participação de seleções da Concacaf na Copa América, a realização do centenário da Copa América, no próximo ano nos Estados Unidos, ou participação das equipes mexicanas na Libertadores. Mas, pessoalmente, não sou a favor de juntar as duas confederações, pois acredito na independência de ambas para um funcionamento melhor das diferentes competições que acontecem nas duas regiões.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.