PUBLICIDADE

Publicidade

Copa de 2014 é retratada sem cortes e com itens exclusivos

Fifa já veio à Copa no Brasil preparada para exibição futura

Por Jamil Chade
Atualização:

Depois de passar pela conquista da Copa de 2002 e a constatação de estar diante da maior equipe do mundo, o visitante da exposição sobre o futebol brasileiro no Museu da Fifa é levado à Copa de 2014. Sabendo da dimensão do torneio, a Fifa ordenou, ainda no Brasil, que seus funcionários recolhessem itens que pudessem fazer parte de uma exibição.

A cada partida, um funcionário da entidade batia na porta dos vestiários dos times para solicitar qualquer tipo de objeto que pudesse lembrar aquele encontro. Dois anos depois, estão expostas em Zurique as camisas de todas as 32 seleções, um pedaço do gramado do Maracanã, luvas de goleiros e até a histórica súmula do jogo entre Uruguai x Itália, sem referências do juiz à mordida dada por Luis Suárez em Chiellini.

Cartaz mostra insatisfação de torcedor com a Copa de 2014 Foto: Jamil Chade/Estadão

PUBLICIDADE

Mas, é uma vez mais o Brasil, fora e dentro de campo, que concentra as atenções. Além de trazer as luvas de Julio Cesar no jogo contra o Chile nas oitavas de final, a exposição lembra: Thiago Silva, o capitão, se recusou a assistir às cobranças de pênalti. Logo depois, a contusão de Neymar contra a Colômbia, nas quartas de final, também faz parte da saga.

Um espaço especial dedicado à semifinal contra a Alemanha chama a atenção. O jogo que terminou 7 a 1 é marcado por uma foto enorme do choro do zagueiro David Luiz, acompanhado pelas chuteiras usadas por Klose na partida e um letreiro explícito: "um pesadelo brasileiro".

A exposição faz também referências explícitas ao questionamento que ocorreu no Brasil contra a Copa do Mundo. Numa das fotos, um manifestante traz um cartaz em que questiona: "Vai ter Copa?". Nele, palavras de ordem como "Descaso Absoluto" e "Miséria Absoluta". Num outro, os organizadores do museu trazem uma foto de um ativista pichando um muro com as palavras "Cabral Ditador", numa referência ao ex-governador do Rio, Sérgio Cabral. Em outra imagem, a Fifa aponta que a Copa custou "um preço que alguns brasileiros sentiram que era alto demais".

Ao revisitar a história do futebol brasileiro, a Fifa não abre espaço para nenhum cartola. Nas imagens, não há referências a Jérôme Valcke, Joseph Blatter, Ricardo Teixeira ou José Maria Marin, personalidades presas ou banidas atualmente do esporte. Até fevereiro de 2017, estrangeiros poderão percorrer no museu a Copa como ela foi, praticamente sem cortes e em mais um capítulo de uma história do futebol brasileiro repleta de conquistas e tragédias.