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Corinthians: clima tenso entre cartolas

Por Agencia Estado
Atualização:

Se quiser dar tranqüilidade ao grupo de jogadores do Corinthians, é melhor o técnico Juninho Fonseca manter o time treinando no Parque Ecológico do Tietê, longe do Parque São Jorge. O clima no clube está tenso entre os dirigentes. A cada dia aumenta o racha entre cartolas ligados ao futebol profissional e representantes de outras áreas, entre elas as divisões de base. A Agência Estado teve acesso ao balanço oficial do Corinthians. No documento, está registrado déficit orçamentário de R$ 10.474.000,00 no exercício 2003. Absurdo? Pois houve pequena evolução na situação, uma vez que no ano anterior o rombo chegou a R$ 13.221.000,00. O caos financeiro é o principal motivo da discórdia. Diretores ligados ao Futebol, como o vice-presidente Antonio Roque Citadini e o de Relações Públicas, Francisco Papaiordanou, apontam as modalidades olímpicas e a área social como responsáveis pelo prejuízo. "Todo mês o Futebol tem de socorrer o social com R$ 500 mil", lamenta Citadini. "Isso representa R$ 6 milhões/ano. É o valor que o Cruzeiro gastou para montar o time que foi campeão brasileiro no ano passado." O discurso da outra ala, comandada pelo vice de Esportes Terrestres, Nesi Curi, é baseado no compromisso de gratidão. Ninguém desmente que o Futebol é o único setor do clube que opera no azul. Porém, argumentam que, durante décadas, quando a equipe de futebol corintiana ainda se projetava no cenário nacional, foram modalidades como remo e basquete que a sustentaram. O remo, aliás, é considerado pelos mais conservadores, o verdadeiro símbolo do clube, já que traz no distintivo dois deles estampados. Perdido no meio do tiroteio está o presidente Alberto Dualib. Como tem a pretensão de conquistar mais um mandato nas eleições deste ano, o cartola tenta, a todo custo, conciliar os opostos. "Se eu sair daqui, esse negócio (o clube) explode", costuma dizer a seus interlocutores.

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