Corinthians desperdiça R$ 11,5 mi

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Por Agencia Estado
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Há clubes no futebol brasileiro que estão à beira da falência, com salários atrasados e altíssimas dívidas com o INSS. Mas a política do Corinthians parece não se ater a essas dificuldades. Mesmo sem estar em boa situação financeira, o clube dispensa jogadores sem se preocupar com o que foi gasto em suas contratações, deixando a impressão para os torcedores de que está jogando dinheiro fora. Nos últimos meses, o Corinthians liberou pelo menos seis jogadores, que quase não foram utilizados. A Agência Estado apurou que, no total, os dispêndios chegaram a R$ 11,5 milhões, entre salários e contratações, desde julho do ano passado. Compõem a lista os jogadores Ávalos, Assis, Pereira, Djair, Müller e Gallo, que tiveram passagens inócuas pelo clube. Entre os nove dispensados na semana passada, três tiveram o passe comprado ou emprestado em 2000. São os casos do zagueiro argentino Ávalos e dos volantes Pereira e Gallo. Ávalos veio emprestado de graça em julho de 2000, mas nesse período o Corinthians arcou com seus salários. O passe de Pereira foi comprado em agosto por US$ 2,3 milhões e o Corinthians até agora não recuperou o investimento. Gallo, por sua vez, alugou o passe e ainda deverá receber uma quantia pela rescisão de contrato, já que faltavam sete meses para ele encerrar seu vínculo. Em setembro de 2000, o Corinthians havia contratado o meia Djair, pagando ao Botafogo-RJ US$ 1,5 milhão por 35% de seu passe. O jogador foi afastado pelo técnico Wanderley Luxemburgo. Já o atacante Müller chegou ao Corinthians em setembro, vindo do Cruzeiro, por empréstimo gratuito, graças à intervenção da Hicks Muse, parceira das duas equipes. Ele ficou três meses no clube e retornou em abril deste ano, para ser dispensado novamente em junho. Com exceção de Gallo e de Müller - em seu retorno -, todos os jogadores chegaram quando Antônio Roque Citadini não era o vice-presidente de Futebol. O dirigente assumiu em outubro, mas sua missão consistiu muito mais em se desfazer dos atletas do que em reaver os investimentos. Procurado pela Agência Estado, Citadini não retornou as ligações.

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