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Corinthians diz que vai superar Palmeiras no retrospecto histórico se ganhar no domingo

Clubes adotam critérios diferentes para contar o retrospecto de partidas realizadas nos 102 anos de história de um confronto épico

Por Ciro Campos
Atualização:

O clássico deste domingo entre Corinthians e Palmeiras, em Itaquera, tem uma importância extra para o time do técnico Fábio Carille. Pelas contas do clube do Parque São Jorge, ao receber o maior rival a partir das 19h, pelo Campeonato Brasileiro, a equipe alvinegra pode pela primeira vez em 50 anos superar o número de vitórias do adversário no histórico dos 102 anos de confronto.

Da primeira partida entre as equipes, em maio de 1917, num Brasil e mundo diferentes, até os dias atuais, Corinthians e Palmeiras divergem sobre quantos clássicos já foram realizados. A disputa já começa por aí. A diferença se explica pelos critérios utilizados para contabilizar o retrospecto. Pelo lado alviverde, são contabilizados 370 jogos. Já para os corintianos, foram 360 dérbis.

Último clássico entre Palmeiras e Corinthians foi em fevereiro deste ano Foto: Cesar Greco/Ag. Palmeiras

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Segundo o jornalista Celso Unzelte, historiador do Corinthians e autor do "Almanaque do Corinthians", a diferença de contagem de dados históricos é bastante comum entre os clubes brasileiros, principalmente porque cada equipe costuma realizar o próprio levantamento e adotar requisitos diferentes para classificar se uma partida deve ou não entrar para as estatísticas. Entidades como CBF e Federação Paulista de Futebol (FPF) só têm os dados das competições que organizam. Por isso, informações sobre amistosos, partidas antigas e torneios independentes acabam por não se enquadrar nesses levantamentos oficiais.

Para o Corinthians, nos 360 encontros, foram 127 vitórias para cada lado e 106 empates. Já para o Palmeiras, nas 370 partidas, o time alviverde tem 131 vitórias, ante 129 do rival, com 110 empates. Ambos concordam em pelo menos um dado, ao desprezar no levantamento um triunfo alvinegro por W.O. pelo Campeonato Paulista de 1923.

 

Os dez jogos de diferença se explicam pelo Palmeiras considerar no seu levantamento encontros pelo Torneio Início do Campeonato Paulista e pelo Troféu Henrique Mündel, competição organizada em 1938 para angariar fundos para o São Paulo, um outro rival da cidade. O Corinthians não conta esses confrontos por eles terem sido partidas de duração reduzida, como 15 e 30 minutos de bola rolando. 

 

"Os meus critérios eram os jogos ter a duração oficial da época, seja 80 ou 90 minutos, assim como uniformes e árbitro", explicou Unzelte. "O Palmeiras entende que, para efeito de estatísticas, é necessário contabilizar todas as partidas em que os dois clubes se enfrentaram, sejam elas por jogos de 80 minutos (duas etapas de 40, como acontecia nas décadas de 1910 e de 1920), sejam por jogos de 90 minutos ou até mesmo jogos com duração específica para determinada competição", informa o clube alviverde em seu site oficial.

ULTRAPASSAGEM

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Pelas contas de Unzelte, o Corinthians terá no domingo, em caso de vitória, a chance de ultrapassar o Palmeiras no retrospecto pela primeira vez em 50 anos. A última vez em que o time alvinegro apareceu à frente nas estatísticas foi após vencer o rival por 1 a 0 em dezembro de 1966, pelo Campeonato Paulista. Mas durou pouco. Logo no ano seguinte o Palmeiras retomou a ponta.

Independentemente das contas e da história, o jogo vale muito para as duas equipes na atualidade. O Corinthians jogará em casa, diante de sua torcida e de mais nenhuma - clássicos em São Paulo continuam com torcida única. Se ganhar, diminui sua distância para o líder Santos e também encurta a contagem para o próprio Palmeiras, que está em segundo lugar na tabela. Para o Palmeiras, vale a tentativa de retomar a ponta do Brasileirão, perdida na rodada passada para o Santos. E, claro, aumentar as contas dessa rivalidade. O jogo stá marcado para as 19h.

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