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Corinthians e Atlético estão vacinados contra a perda de craques

Venda de jogadores representa uma bomba de efeito retardado dentro de campo

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Por Gonçalo Junior
Atualização:

SÃO PAULO - Nos últimos anos, a venda de jogadores se transformou em uma estratégia de gestão dos clubes. Os diretores contam com as negociações para equilibrar finanças. Com o que sobra, tentam recauchutar os times. O Campeonato Brasileiro recomeça nesse contexto. As saídas de Neymar e Rafael (Santos), Paulinho (Corinthians), Fernando (Grêmio), Thiago Neves e Wellington Nem (Fluminense) e, por fim, Fellype Gabriel e Andrezinho (Botafogo) embaralham a lista de favoritos ao título. A venda dos craques representa uma bomba de efeito retardado dentro de campo. Não é fácil preencher a lacuna deixada por um Paulinho ou Wellington Nem. Isso leva tempo. O esquema tático, na maioria das vezes, precisa ser reformulado. O São Paulo, por exemplo, ainda não se refez da venda de Lucas no ano passado e, por isso, é uma incógnita no torneio. O Corinthians parece o time mais equilibrado. Vendeu Paulinho, jogador que vale por três, mas já iniciou a sua substituição no ano passado, preparando Guilherme e, agora, apostando em Ibson. Tem um elenco variado e depende pouco dos talentos individuais. Pato está no banco e o time continua homogêneo, como demonstrou a vitória sobre o São Paulo na Recopa. O Atlético segue o mesmo raciocínio e privilegia o conjunto. Mesmo que Bernard saia, o que parece inevitável, Cuca já tem Luan como plano B. Também vai longe no torneio. Assim como o Corinthians e Atlético, o Botafogo vende jovens talentos e repatria jogadores experientes, mantendo a competitividade. É um time que pensa a médio prazo e pode surpreender, beliscando uma vaga na Libertadores. Como contraponto, Inter e Cruzeiro ganham força simplesmente porque não mexeram. No outro extremo, o Santos vai sofrer com a reformulação estrutural que está propondo. Não perdeu apenas Neymar e Rafael, mas também Muricy Ramalho. Aposta todas as suas fichas no talento do clube para revelar talentos. Isso também pode embaralhar a tabela de favoritos. Ou alguém poderia apostar no Atlético do atacante Bernard até ele ser eleito a revelação do Brasileiro do ano passado?

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