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Corinthians evita clima de euforia

Por Agencia Estado
Atualização:

O Corinthians comemorou a classificação para as finais da Copa do Brasil com reservas. A decepção que o elenco amargou no fim de 2001, quando o time do técnico Vanderlei Luxemburgo perdeu o título para o Grêmio, em pleno Morumbi, ainda está bem viva na memória dos jogadores. Nem mesmo o fato de o adversário, desta vez, ser uma equipe de pouca tradição como o Brasiliense faz os jogadores corintianos se sentirem virtualmente campeões. "Ninguém ganha na véspera", avisa o meia Ricardinho. "Já tivemos uma experiência assim no passado e agora não podemos facilitar." Apesar da alegria pela classificação, os jogadores não saíram totalmente satisfeitos do Morumbi. No geral, o time facilitou em dois aspectos: na marcação no meio-de-campo e nas jogadas aéreas. Os dois gols do São Paulo foram citados como exemplo por Ricardinho. "Bobeamos em duas bolas cruzadas e permitimos que o São Paulo fizesse dois gols. Num jogo difícil como o de hoje, acabou nos comprometendo. Por sorte tínhamos a vantagem no primeiro jogo, que garantiu a classificação." Outro que não deixou de assumir os erros da equipe foi o lateral Rogério. "Sabíamos que a única chance de o São Paulo nos surpreender eram as jogadas de bola parada. Sofremos dois gols mas o time não perdeu a calma. Esse foi o grande mérito da equipe. O Corinthians está na final e agora terá a chance de ganhar o título que deixamos escapar no ano passado." O zagueiro Fábio Luciano não entendeu por que o time não conseguiu trabalhar a bola como nos jogos passados. "Não sei se o São Paulo marcou mais do que a gente. Mas o Corinthians não conseguiu ficar com a bola como de costume. Mesmo assim, acho que a equipe, no geral, não decepcionou. Tivemos até a chance de empatar." O técnico Carlos Alberto Parreira foi até certo ponto lacônico no vestiário. Começou a entrevista sem se aprofundar. "O jogo era para classificar e nós nos classificamos." Quando os jornalistas mudaram o tema da entrevista coletiva, abordando o Brasiliense, o treinador se soltou: "O Brasiliense não é essa surpresa toda. Um time que venceu o Fluminense duas vezes, em Brasília e no Maracanã, e que também venceu o Atlético-MG duas vezes, em Belo Horizonte e em Brasília, já deixou de ser uma surpresa. De nossa parte, vamos enfrentar um adversário que merece todo respeito. Tanto é que até mandamos alguém observá-lo em Brasília." Depois disso, Parreira até aceitou melhor falar sobre o jogo contra o São Paulo. Desmentiu a impressão inicial, de que não havia gostado do desempenho do time. "Fiquei satisfeito com a minha equipe. Acho até que tivemos mais chances de gol que eles. O problema é que o Corinthians não tinha a mesma pressa que o São Paulo na partida. Por motivos óbvios o São Paulo teve de tomar a iniciativa de ataque, já que a vantagem era nossa. Aliás, é bom esclarecer, o Corinthians não jogou com a vantagem. No fim, o regulamento nos privilegiou." Parreira também afirmou que os dois jogos contra o São Paulo, pelas finais do Rio-São Paulo, devem ter características diferentes do clássico desta quarta-feira. "O jogo de hoje foi nervoso. Era uma decisão de fato. Se o Corinthians deixou de atacar como de costume não foi por falta de vontade. É que o São Paulo nos marcou bem e dificultou nossa saída de bola. Nos dois jogos pelo Rio-São Paulo a história deve ser outra."

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